Julgamento do Carandiru: 'Prefiro bandido morto que policial ferido', diz advogado de PMs

Promotor rechaça argumento de que policiais não estavam no local no momento do massacre

Fonte: Agência Brasil

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Nesta terça-feira (19), segundo dia da quarta etapa de julgamento do Massacre do Carandiru, tiveram início os debates entre a promotoria e o advogado Celso Vendramini, que defende os dez policiais acusados pela morte de dez detentos que ocupavam o quinto pavimento do Pavilhão 9 da extinta Casa de Detenção Carandiru. Durante seu tempo de fala, Vendramini afirmou que prefere “bandido morto que policial ferido”.


Após os debates, o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo decidiu transferir para amanhã a réplica e a tréplica.


Nesta fase, dez policiais do Grupo de Operações Táticas Especiais da Polícia Militar são acusados pela morte de dez detentos e pela tentativa de homicídio de três presos que ocupavam o quinto pavimento do Carandiru. Dois policiais envolvidos  morreram antes do julgamento. O massacre ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos durante uma ação policial destinada a conter uma rebelião.


Durante o debate, o promotor Eduardo Olavo Canto usou as duas horas e meia a que teve direito para atacar o argumento utilizado pela defesa de que os policiais não estiveram no quinto pavimento e que, portanto, não poderiam responder pelas mortes dos dez detentos que ali estavam. Para demonstrar o contrário, o promotor leu trechos de depoimentos anteriores dados pelos policiais à Justiça Militar e à Polícia Civil, em que eles confirmaram ter estado no local.


O promotor admitiu um erro na denúncia feita pela promotoria, e pediu que duas mortes de detentos, que foram imputadas aos policiais, fossem retiradas da denúncia porque uma delas foi provocada por arma branca e, a outra, ocorreu em outro pavimento. "Houve um erro da promotoria quando foi feita a denúncia”, admitiu o promotor. Com isso, os dez policiais passaram a responder por oito mortes e três tentativas de homicídio.


O advogado dos policiais disse que os militares não poderiam responder pelas mortes porque não estiveram no quinto pavimento e também porque não era possível individualizar as condutas, ou seja, dizer qual policial atirou e qual detento ele matou. Ele considerou que a denúncia feita pelo Ministério Público contra os policiais é "infundada e sem provas".


O advogado defendeu a atuação dos PMs no Carandiru dizendo, por diversas vezes, que lá só havia bandidos. Segundo ele, pode ter ocorrido excessos, mas seria difícil dizer qual policial teria se excedido na ocasião. “Organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas não deixam os policiais entrarem em confronto com os bandidos. Mas, e nós, população, como ficamos?”, disse ele.

Palavras-chave: massacre do carandiru direito penal

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1 Comentários

seu nome sua profiss?o20/03/2014 10:35 Responder

primeiro lugar: O povo, os juízes, promotores, políticos e governo em geral não gostam da entidade POLÍCIA seja militar ou civil. O PM encontra-se dentro de um recinto sem luz, com uma só entrada e saída, cumprindo ordens do Governador (que não assumiu a mesma) para deter rebelião em presidio. Os detentos considerados perigosos, nada tem a perder, não se importam nem com a própria vida. Atacam os policiais sejam com armas ou com as mãos - armas naturais, com intuito de matar os cumpridores da lei. Após dominar a situação, é claro que haverá baixas. A sociedade em geral começa a criticar os policiais militares e chamando-os de assassinos. Ora porquê em situação com está, os juízes, promotores e o governo não vão ao local para ver e sentir o que está acontecendo. O Governador Fleury se tivesse vergonha na cara e fosse realmente um homem de caráter teria apoiado na época os seus comandados, bem como exigido o apoio do corregedor do presídio, do diretor do presídio que no evento debandaram deixando para a PM resolver a situação extremamente delicada. Ninguém na sociedade em geral no Brasil, apoia a PM seja qual for a situação, mas critica se a mesma não resolve o problema e quando resolve o problema é punida. Só neste país de brinquedo

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