Juiz federal tem que dormir no chão de seu gabinete

Fonte: Espaço Vital

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Quase vida de presidiário - é assim que pode ser resumido o dia-a-dia do juiz federal Odilon de Oliveira, que desde a última segunda-feira, como medida de segurança para proteger sua vida, está morando no prédio da Justiça Federal de Ponta Porã (MS) e dormindo num colchão estendido no piso do seu gabinete.

Até então, ele estava hospedado no Hotel de Trânsito do Exército, mas a própria Polícia Federal recomendou que ele saísse do local, por não considerá-lo totalmente seguro. ?Quando estou aqui em Ponta Porã, não saio para lugar algum. Nem no pátio do foro eu apareço?, informa o juiz, que se alimenta por marmitex.

Coincidência ou não - revela o jornal Correio do Estado, de Campo Grande (MS), o prédio da Justiça Federal passou a ser transformado na ?casa? de Odilon justamente após cinco dias da sentença proferida por ele, que culminou na condenação do empresário Fahd Jamil, 64 anos, e outros seis réus, acusados de tráfico de drogas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

A segurança do juiz, durante as 24 horas do dia, é feita por seis agentes. ?Essa mudança de hábito não é exclusivamente por causa do Fahd, mas sim por causa dos vários processos que estou trabalhando e das sentenças proferidas?, garante o magistrado.

A JF de Ponta Porã funciona na Rua Guia Lopes nº 811, no centro da cidade. Pelos últimos dados do IBGE, em 2003 a população local era de 64001 habitantes.

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6 Comentários

Oswaldo Araujo Membro do TED XVI de S.José dos Campos21/06/2005 11:39 Responder

É lamentável que tal situação aconteça em nosso Pais, numa clara demonstração do quanto está ''fragilizada'' a atuação estatal na área da segurança pública, sem levar em considerações outras de igual ou maior importância. Penso que, há a necessidade de sair ''das palavras, que o vento leva'', para ações mais concretas e eficazes no combate à crimiinalidade que assola nosso Brasil de Norte a Sul.

Mônica Cristina Ferreira dos Santos estudante21/06/2005 13:00 Responder

Hoje a sociedade não sabe mais quem é o Poder legitimado neste País. Não há como conviver com a coação silenciosa do crime sob os cidadãos de bem. Até quando teremos que nos esconder por querer Justiça e fazê-la ser cumprida?

Paulo César Lani empresário/acadêmico de direito21/06/2005 17:12 Responder

É quando tomo conhecimento desse tipo de fato que me orgulho de ser brasileiro (apesar de por outro lado me envergonhar ao ver um membro de nossa sociedade tendo que passar por esse constrangimento). Desejo que, mais e mais, possamos ostentar em nosso pavilhão estrelas como o Dr. Odilon, formando maioria. Infelizmente, vários fatores (famíliares, vida pessoal, etc) são levados em conta, e quando sopesados, tornam-se óbices a tais desempenhos, devido ao risco.

LUIZ ANTONIO DE ARAÚJO Advogado22/06/2005 18:24 Responder

É neste momento crucial, que o homem vacila diante da autoridade que lhe outorga o Estado, quando se sente impotente, tendo que dormir no lugar que trabalha, para resguardar a sua própria vida, ante o poder da corrupção e da criminalidade que crece dia-a-dia. A meu ver, o nosso povo com ideais religiosos que aprenderam desde a infância, mistura política com religião, enfraquecendo a necessidade de que está na hora de colocar um basta em definitivo na criminalidade, sem misturar política de sobrevivência com religião. Ora! Os mulçumanos são religiosos e praticam o islamismo, seguem o alcorão, mas nãop deixam de cortar a mão que rouba, nem de matar com a prática do terrorismo internacional, que tanto repudiamos. Da mesma forma, o norte americanos, na maioria são evangélicos, mas não deixam de condenar criminosos à pena de morte. No Brasil, há diversos segmentos religiosos, tais como católicos, evangélicos, espíritas, budistas, hare chrishina e dai por diante. Com toda essa mistura de adeptos e devotos religiosos, não adotam qualquer medida drástica preventica e corretiva, que venha resguardar a moralidade, a liberdade, a segurança, a vida e a sobrevivência digna de seu povo, faltando educação, segurança, saúde e solidariedade, que são usurpada pelo poder público, por uma grande parte de ladrões e corruptos, aproveitadores e desumanos, que nós mesmos elegemos. É pois, neste momento que pessoas e autoridades legítimas e honestas, sem querer admitir publicamente, acham que embora os seus sentimentos religiosos, melhor seria que tivesemos a prisão perpétua, ou até mesmo o banimento, se melhor não seria a pena de morte, desvinculada de qualquer crença ou sentimento de bondade, já que a vida é o bem mais precioso do universo, independentemente de credo, raça, crença, idade, sexo ou cor.

Antonio Jackson Estagiário do Ministério Público24/06/2005 12:11 Responder

A nóticia destaca o poder que os traficantes conseguiram alcançar no Brasil. Já não é apenas a sociedade a única vítima deles, as próprias instituições já começam sofrer o poder destes. Agora o que mais me intriga é o Ministro da Justiça, que deveria lutar para acabar com isto, querer revogar a lei de crimes hediondos para que estes criminosos que querem matar os juízes, tenham direito a liberdade provisória e progressão de regime.

Antônio Coletto Juiz de Direito13/09/2006 19:41 Responder

Conheço o Dr. Odilon. Tive o prazer de abraçá-lo quanda da realização do For Jvs, em Vitória ES, encontro que reunião magistrados e especialistas em combate ao crime organizado de vários países do mundo, com USA, Portugal, Itália, Egito, Argentina etc. Sua situação é deverasmente difícil, pois não se pode contar com ações políticas que venham reforçar o combate ao crime. Homens como o Dr. Odilon são exemplos a serem seguidos. Ao chegarem as eleições, comvém lembrar, à sadia juventude deste país, e a todos os eleitores, verificarem muito bem quem oserão os premiados com seus votos, para situações como a do Dr. Odilon não venha a se repetir. O For Jvs, do qual sou conselheiro prestou-lhe uma homenagem. É necesário que todos os brasileiros também lhe prestem uma homenagem elegendo elementos que realmente passem a fazer algo em prol da segurança. Obrigado

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