Judiciário cresceu em estrutura e aprimoramento, diz Joaquim Barbosa
Um dos principais desafios da Justiça é superar o aumento das disputas judiciais verificado atualmente
O Poder Judiciário cresceu tanto em estrutura quanto em aprimoramento normativo e prática de gestão, disse nesta terça-feira (15) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Joaquim Barbosa, no lançamento da pesquisa Justiça em Números 2013. De acordo com o relatório divulgado, nos últimos quatro anos, a quantidade de processos em tramitação aumentou 10,6%, alcançando um total de 92 milhões de casos.
"Em 2012, foram 28 milhões de casos novos. Embora a quantidade de processos terminados tenha aumentado nos últimos anos, do ponto de vista sociológico, esses números são parcela dos conflitos econômicos, sociais e políticos existentes entre nós", disse Barbosa.
Segundo o ministro do STF, o acesso à Justiça não pode ser explicado somente por meio de estatísticas e, unilateralmente, pelo Poder Judiciário. "O CNJ se propõe a desenhar os contornos no nosso país. O retrato que se apresenta é nacional, individualiza os ramos da Justiça, demonstra as disparidades do território nacional, a diferença nas atividades e expõe a carga de trabalho a que se submete juízes e servidores", explicou.
Joaquim Barbosa avaliou que algumas etapas iniciais da discussão sobre o acesso à Justiça foram vencidas. O relatório divulgado mostra que há cerca de 11 milhões de processos nos juizados especiais. "Soluções mais informais e céleres, como nos juizados especiais, são realidades e avançam para uma realidade mais crítica", explicou o ministro.
Para ele, no entanto, um dos principais desafios da Justiça é superar o aumento das disputas judiciais verificado atualmente. "É um fenômeno complexo, que envolve mais poderes da República [Executivo e Legislativo], os indivíduos, a sociedade e o mercado", informou Barbosa.
Do lançamento da pesquisa, referente aos números de 2012, também participaram o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Carlos Alberto Reis de Paula, juízes federais e estaduais, juristas, acadêmicos e advogados.
"A pesquisa é uma fotografia da Justiça brasileira. Nada melhor do que nos conhecermos. É a Justiça se revelando para a sociedade, que melhor pode cobrar da Justiça. Ao publicarmos essa fotografia, damos um passo definitivo e impossível de deixar de ser dado, que é dar em traços objetivos o nosso caminho", disse Reis de Paula.