O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), fez um apelo hoje para que o Executivo edite menos medidas provisórias afirmando que "o excesso delas está atrapalhando o andamento dos trabalhos da Casa". Desde o fim do recesso parlamentar, em 15 de fevereiro, os deputados trabalham praticamente na votação de MPs.

"As MPs em demasia estão atrapalhando o trabalho da Câmara. Está na hora de o Executivo maneirar na edição de medidas provisórias", disse João Paulo, fazendo uma referência direta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quem assina as MPs enviadas à Câmara.

Segundo João Paulo, a quantidade "exagerada" de MPs impede a elaboração de uma pauta com segurança. "Eu fico em uma situação difícil", afirmou.

Nesta semana, mais uma vez, a Câmara está com a pauta de votação trancada por MPs com prazo vencido. Os líderes da base aliada estão reunidos para tentar uma articulação para votar as oito MPs que estão bloqueando os trabalhos no plenário.

Além das MPs, outros dois projetos que tramitam com urgência constitucional também impedem outras votações.

De acordo com a Constituição, toda medida provisória assinada pelo presidente da República e não votada em 45 dias passa a trancar a pauta de votações do Senado ou da Câmara.