Como prometido, o governo federal anunciou na segunda-feira uma redução nas despesas previstas no Orçamento deste ano. De acordo com o Ministério do Planejamento, o corte será de 19,4 bilhões de reais. Na própria segunda, contudo, o governo anunciou um aumento de 16,9 bilhões de reais em outros tipos de despesa. O resultado: os gastos do governo só serão reduzidos em 2,5 bilhões de reais, menos que o previsto.

O corte de despesas foi concentrado nas despesas não obrigatórias de custeio e investimento da União, ou seja, projetos aprovados pelo Congresso em redutos eleitorais de parlamentares. Ao mesmo tempo, aumentará a fatia reservada para as despesas obrigatórias em quase 17 bilhões. Pela estratégia do governo, os gastos bloqueados são os que foram aprovados pelo Congresso, e os aumentados, os projetos do Executivo.

A estratégia já havia sido adotada no ano passado, que marcou o lançamento do PAC -- ao lado do Bolsa Família, o programa é a grande bandeira eleitoral do governo. Ele depende dos investimentos da União. O governo vinha sinalizando com a possibilidade de adotar uma política fiscal mais rigorosa, enxugando as despesas e desmotivando o Banco Central a elevar os juros. O corte real de gastos, porém, será muito pequeno.