Gandra defende férias de 60 dias para profissionais sob pressão
Ministro Ives Gandra Martins Filho, defendeu hoje (05) a proposta de estender as férias de 60 dias dos juízes a outras profissões.
O presidente em exercício do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Ives Gandra Martins Filho, defendeu hoje (05) a proposta de estender as férias de 60 dias dos juízes a outras profissões que, a exemplo da magistratura, são exercidas sob forte pressão. Em entrevista ao Jornal da Justiça, da TV Justiça, o ministro enfatizou que, em razão da carga de trabalho e do número excessivo de processos a ser solucionado, os juízes sofrem grande desgaste físico e intelectual. "Por que não estender a outras categorias que trabalham sob as mesmas condições de pressão, as mesmas férias?", indagou.
A Justiça do Trabalho recebeu, em 2003, em torno de dois milhões de ações. O TST fechou o ano com 100 mil processos solucionados. A previsão é que esses números se repitam em 2004. Ives Gandra explicou que o trabalho de um tribunal não se esgota nas sessões, pois a maior parte dos processos, quando tratam de matérias repetitivas, é resolvida por despacho de um só ministro. No Tribunal Superior do Trabalho, a média de processos solucionais é de cinco mil para cada ministro.
"O desgaste é tão grande que, a cada final de semestre, é necessário uma parada", disse o presidente em exercício do TST. A redução das férias dos juízes, na opinião dele, não contribuiria para resolver a morosidade da Justiça. "Se não caminharmos para uma racionalização, para a simplificação processual e para a redução do número de recursos, vamos continuar com essa defasagem de tempo?, afirmou. Ives Gandra é favorável que apenas causas relevantes sejam julgadas pelo TST e pelo Supremo Tribunal Federal.