Exame da OAB reprova quase 100% no interior do Paraná

Fonte: Conselho Federal da OAB

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Duas das cidades mais importantes do Paraná, Cascavel e Ponta Grossa, registraram quase 100% de reprovação no primeiro Exame do ano da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em Ponta Grossa, 92,9% dos bacharéis em Direito não obtiveram êxito nas provas e em Cascavel, o índice de reprovação chegou a 97,6%. Os resultados foram piores até em comparação com a média de reprovação de todo o Estado - de 91,1%. O coordenador de Exame de Ordem da OAB de Cascavel, Luiz Robert Vile, atribuiu o ?pífio? resultado à falta de preparo dos candidatos e o presidente da Subseção de Ponta Grossa, Irio Tabela Krunn, lamentou que o índice de reprovação tenha sido um dos mais altos da história.

Em Ponta Grossa, dos 170 bacharéis em Direito que prestaram as provas da OAB, apenas 12 tiveram êxito, perfazendo um índice de aprovação de meros 7,05%. No último exame (realizado em dezembro de 2004), a Subseção de Ponta Grossa havia aprovado 20% dos candidatos, enquanto que, no Paraná, o índice de aprovação no exame foi de 21%. De acordo com Irio Tabela Krunn, os candidatos ao teste em Ponta Grossa registraram 37% de aprovação na primeira etapa, ?resultado que demonstra que os bacharéis estão saindo da faculdade com conhecimento teórico, mas não prático?.

Em Cascavel, dos 470 inscritos, apenas 11 foram aprovados no Exame de Ordem, uma aprovação final de 2,34%. Na cidade, o curso de Direito é oferecido pela Unipar (Universidade Paranaense), FAG (Faculdade Assis Gurgacz) e Univel (União Educacional de Cascavel).

O Exame de Ordem é realizado sempre em duas etapas. Na primeira, são aplicadas 80 questões sobre Direito Civil, Penal e Trabalhista e o candidato deve acertar 50% delas para passar à próxima etapa. Na segunda etapa, o candidato deve apresentar, em quatro horas, uma peça processual.

As provas foram realizadas no Paraná nos dias 12 e 13 de março deste ano. Regulamentado em 1996, o Exame de Ordem foi criado com o objetivo de selecionar somente os profissionais qualificados para exercer a advocacia. Ao todo, são realizados três exames por ano no Paraná, nos meses de março, agosto e dezembro.

Devido ao baixo percentual de aprovação, a Comissão da OAB do Paraná que é responsável pela realização das provas deve agendar nos próximos dias reunião com representantes das faculdades de Direito.

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7 Comentários

JOSE CARLOS RODRIGUES bacharel em direito04/05/2005 22:40 Responder

falo na 1ª pessoa e coloquial vejo uma desculpa esfarrapada dizer que o baixo indice no exame de ordem eh por causa do excesso de faculdades, agora minha opiniao eh que as comissoes sao despreparadas para elaborar questoes, fazendo - afirmo pq jah passei por isto, nao foi aprovado - "pegadinhas" mudancas de virgulas, artigos ou verbos, em questoes duplas ou ateh simples mesmo, fazendo com que o candidato se confunda. Veja soh os doutos da + alta corte trabalham com codigos, doutrinas, e outros para sustentar as suas decisoes. É um absurdo tal afirmacao desta comissao ateh por aki tbem, onde tivemos q entrar com recurso para anular questoes de lei que nao existe no mundo juridico, estanto em "vacancia legis" lei de falencia Jose Carlos

Ilson Sanches Advogado04/05/2005 23:41 Responder

Creio que há a necessidade de se alterar a forma do exame, que no ano passado teve sua preparação repassada para empresas " particulares" que estão acostumadas a fazerem testes para vestibulares. O exercício da advocacia EXIGE um alto grau de conhecimento e não me parece que o exame, na forma que é feito, consegue depurar esses conhecimentos, a atual forma visa eliminar "candidatos", isto não quer dizer que as faculdades de direito sejam uma maravilha, resta claro que não estão conseguindo cumprir seu papel, qual seja, formar pessoas HABILITADAS ao exercício da advocacia.

João Ademar Preiss Bacharel em Direito05/05/2005 10:03 Responder

Desde que o Provimento 81/96, do Conselho Federal da OAB, tornou necessário o Exame de Ordem para o exercício da profissão, denota-se a criação de instituições paralelas (cursinhos), na grande maioria das vezes composta de advogados que fazem parte da própria comissão que aplica o exame. Verifica-se, também, que a OAB está preocupada com o número de advogados no mercado, e, por conseguinte, com o aumento da concorrência profissional. Afirmo, sem qualquer sombra de dúvida, que se o exame for aplicado a todos os advogados já inscritos, cerca de 70% ou mais não conseguiria a aprovação. Digo, ainda, que o Exame da Ordem, da forma como vem sendo aplicado, não mede conhecimento do bacharel, nem tampouco se ele está ou não apto ao exercício da profissão. Só para se ter idéia, no penúltimo Exame de Ordem da OAB de Santa Catarina, foram anuladas nada mais nada menos que 10 questões de um total de 80, o que corresponde a 12,5% da prova! Ora, se de fato o Exame de Ordem avaliasse o conhecimento do bacharel, tal situação jamais aconteceria em Santa Catarina, uma vez que a prova é realizada por uma comissão de advogados regularmente inscritos no quadro da OAB! Se esta Comissão, que é composta por advogados com "larga experiência", não consegue fazer uma prova no mínimo satisfatória e livre de erros, onde será que está o erro? Pergunta-se: o Exame de Ordem de fato mede o conhecimento dos bacharéis em Direito, livrando o mercado dos denominados inaptos ao exercício da profissão?

Eduard Roma Bacharel em Direito05/05/2005 14:28 Responder

Acho lamentavel os tipos de desculpas utilizados para justificar o resultado dos exames da ordem. Por que motivo entao, Brasilia e outras cidades tem bom desempenho? por que motivo a USP tem sempre um elevado grau de aprovacao?, motivo outro nao e, ou seja, a proliferacao acelerada e desqualificada de faculdades particulares que fazem o processo vestibular exigindo "duas latas de leite" esta formando profissionais altamente incapazes e desqualificados, que nao podem, sem embargo, exercer uma profissao que constitui-se munus publico, como e o exercicio da advocacia. Estudo em uma universidade estadual e sei que la ainda estamos distante do aproveitamento excelente, contudo, tanto o corpo discente quanto o corpo docente, estao dispostos a fazer o possivel para formar excelentes profissionais.

JO universitária10/05/2005 22:51 Responder

Sou estudante de direito,estou no terceiro ano e estou ficando preocupada, pois imagino quanto tempo vou levar para pegar minha ordem, se as coisas andarem como andam. Se ate no exame da ordem eles erram imaginem nas faculdades, o quanto esta sendo ensinado de errado aos alunos de direito.Isso talvez esteje refletindo nessas provas, que quase ninguem passa. Será que é problemas comalunos ou com quem ensina.....

Carlos Antonio dos Santos bacharel13/05/2005 17:16 Responder

Parabens, Colegas! Pergunto ? Com todo respeito aos nobres colegas advogados, que se formaram antes da Lei 8906/94, se fizermos uma prova de reciclagem a nivel nacional, hoje, quantos passariam dos 46 pontos de acertos nas 10 materias do Direito, com algumas exceçoes, nessa quantidade? Porque o bacharel tem que ser excelencia em todas as materias, quando na verdade, muitos dos formandos antes da Lei acima, que militam, muitas vezes em apenas uma dessas areas, são pessimos profisionais. Acredito que o que faz bom profisional, em qualquer area, seja o seu amadurecimento profisional no dia a dia, logico, que uma pós, doutorado e mestrado, vao fazer um grande diferencial. Se nos bachareis, vamos lidar com a vida das pessoas na sociedade, ora, e o médico, engenheiros, contabilistas, etc. E mais, cade a etica, os grandes escandalos em nossa sociedade atual, que envolvem advogados, sao anterior ao exame de ordem, haja vista RJ, entre outros Estados. Em 04(quatro) horas de prova/exame, Vc. prova que estudou/aprendeu durante 05(cinco) longos anos. Ainda temos que ouvir, SÃO QUESTOES "OBJETIVAS", que o bacharel tem o dever de saber para exercer a sua vida profisional ISSO É UMA VERGONHA !

Carlos Antonio dos Santos bacharel13/05/2005 17:27 Responder

Digo mais, então, antes da eplicaçao do exame de ordem(Lei 8.906/94), as faculdades de Direito em todo o Pais, eram excelencias em seus programas de aulas(qualidade). Concordo que existem erros a serem corrigidos neste aspecto, mas, jogar toda culpa nas faculdades, E DEMAIS !

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