Estudantes de Direito terão de fazer estágio em órgãos públicos

Para Mercadante, a experiência prática pode reduzir o número de reprovados no exame da OAB

Fonte: OAB/RJ

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Estudantes de direito de todo o país terão, obrigatoriamente, de fazer estágio em órgãos públicos. A medida faz parte de mudanças discutidas entre o Ministério da Educação e a OAB para abertura de faculdades e formação desses profissionais. "Vamos exigir estágio em campo de prática do direito nas instituições públicas: tribunais, Ministério Público, defensorias e órgãos afins", disse ontem o ministro Aloizio Mercadante (Educação).
 
 
Para ele, a experiência prática pode reduzir o número de reprovados no exame da Ordem. "O pior caminho é alguém estudar, pagar faculdade e depois não ter direito de exercer a profissão plenamente."
 
 
Ele não deu detalhes sobre a carga horária do estágio nem esclareceu se a medida atingirá apenas alunos novos. O ministro afirmou, porém, que a nova regra entra em vigor "imediatamente" após assinatura de acordo com a OAB - prevista para este mês.
 
 
"Os dados estão mostrando (...) [que] a reprovação na OAB atinge níveis inaceitáveis. Vamos mudar a política de expansão e o processo de formação dos novos advogados."
 
 
Desde o mês passado, a pasta e a OAB discutem mudanças na graduação em direito. O presidente nacional da entidade, Marcus Vinicius Furtado, já apresentou sugestões. "Vai ser uma política nacional para todas as escolas de direito no Brasil", disse Mercadante. "[Cursos] só serão abertos se essas condições estiverem plenamente exigidas. O balcão está fechado em medicina e fechará em direito."
 
 
Direcionamento
 
 
Em fevereiro, o ministério alterou o processo para abertura de faculdades de medicina, que será realizado por meio de editais. O governo vai passar a definir os locais onde cursos poderão ser abertos. Fatores como a falta de cursos e de profissionais serão considerados para a escolha.
 
 
Ao mesmo tempo, o MEC também planeja mudar a lógica de abertura de cursos de direito. A intenção é direcionar a criação de graduações a cidades onde ainda há capacidade de absorção desses profissionais. Para isso, serão analisados elementos como a quantidade de fóruns, escritórios de advocacia e promotorias.

Palavras-chave: Estudantes Direito Estágio Órgão Público Mercadante OAB

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3 Comentários

André Advogado15/03/2013 11:00 Responder

Louvável! Não esqueçamos que nem todos que cursam direito sonham com a advocacia. Temos delegados, peritos, analistas, etc.. Contudo aprender é sempre bom.

Adriano Marçal Estudante15/03/2013 12:17 Responder

É fácil demais empurrar os acadêmicos para os Órgão Públicos. Quero saber onde entra a contribuição da OAB, que se diz primar tanto pela qualidade. Isso é desvio de foco, quanto ao clamor dos estudantes de Direito pela extinção da prova da Ordem. A OAB agora encontrou mais um Aliado (Mercante ou mercador) para não dizer outra coisa. O Ministério da Educação deveria obrigar a OAB a promover cursos aos advogados (fala sério, vê-se cada petição e defesa por aí, que dá até medo), além de obrigar cada advogado a contratar anualmente no mínimo um estagiário, pois é nos escritórios que os futuros pretensos advogados vão aprender a elaborar peças para os casos a serem propostos. Enquanto isso a OAB continua arrecadando milhões (70 no ano passado, segundo alguns) com as provas aplicadas e não está obrigada a promover sequer um curso de formação aos advogados aprovados nos exames da Ordem, que é o mínimo que deveria fazer. A maioria dos concursos a exemplo da Magistratura, Ministério Público, Receitas Federal e Estadual, TCU, entre outros, quando o indivíduo é aprovado, passa por um curso de formação. Porque a OAB não faz isso também, para preparar melhor os recém aprovados para iniciar na profissão. Ah, tudo custeado pela OAB, é claro? Fica aí a pergunta!!!

Edilson Ferreira estudante17/03/2013 19:10 Responder

Interessante, mas como podemos verificar ao longo dos tempos sempre são as mesma médias de aprovados por exame, ou seja sempre fica uma dúvida. Outra questão que se preza pela o que o aluno aprendeu nos anos em que ficou na faculdade, mas a própria OAB , faz questão de entregar a carteira de Estagiario nos dois ultimos anos da faculdade, que diga- se passagem é pouco tempo para um estagiario aprender. Por que nao libera carteira e inscricao logo quando o aluno comeca o contato com processos, 2 ano a aluno ja ten ciencia de un andamento processual. E con certeza dessa forma será contratado por um escritorio que lhe dará todas as bases necessarias e consequentemente passará no Exame. Agora vamos e convenhamos colocar estagiarios em orgaos publicos isso me cheira a querer reduzir orcamentos com contratacoes de recursos humanos necessarios para atendimento ao publico e tambem por outro lado será que vai haver lugar para tantos estagiarios?

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