Os jurados do 1º Tribunal do Júri de Belém, presidido pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, após julgamento condenaram o estudante Edson Queiroz Lobato, 21 anos, por tentativa de assassinato praticado contra o também estudante Renan Felipe Rodrigues Parente, à época com 17 anos. Por maioria dos votos os jurados acolheram a acusação sustentada pelo promotor de justiça Edson Souza.

A defesa do réu foi promovida pelo defensor público Alex Noronha. O defensor sustentou a tese de tentativa de homicídio privilegiado, quando o crime é cometido sob forte emoção, mas, os jurados não aceitaram. A pena aplicada ao réu de 10 anos e 02 meses será cumprida em regime, inicialmente fechado, numa penitenciária da Região Metropolitana de Belém, conforme sentenciou o juiz. 

As quatro testemunhas que foram notificadas compareceram para depor no plenário do júri. Um delas a mãe da vítima que contou o susto que levou ao saber sobre o esfaqueamento do filho por outro colega. Ela informou que o jovem só conseguiu se recuperar após cinco dias internado no hospital.  Mais dois colegas do colégio também prestaram depoimentos no julgamento, além da vítima.  

O estudante vitima relatou perante os jurados que à época cursava a 3ª. Série, último ano do ensino médio e o réu a 1ª série. não tinha intimidades com o réu embora ambos estudassem no mesmo colégio, o CEPC. A vítima contou que Edson Lobato teria lhe exigido para que entregasse o aparelho celular, e que se afastou com medo de perder seu pertence saiu de perto do réu. Ainda conforme o relato do estudante vítima, o réu teria iniciado uma perseguição até alcançá-lo na Praça Brasil, que fica em frente ao Colégio, aplicando-lhe as facadas. Mesmo ferida a vítima procurou correr mas o réu aplicou-lhe mais outras facadas, em várias partes do corpo, até a vítima cair ao solo. Socorrido pelos bombeiros, o estudante conseguiu sobreviver.

Ao ser interrogado o réu contou que era estagiário do Tribunal de Contas, pelo projeto Jovem Aprendiz e se declarou arrependido de feito o que fez. Ele confessou ter aplicado as facadas no colega de colégio, cerca de oito, e que não conhecia a vítima, “apenas enxergava”, por estudar no mesmo colégio. Pela versão do réu, a vítima supostamente teria “emprestado” o cartão de banco, que estava em seu nome, por que queria fazer um depósito de mil reais, e que repassaria um valor por conta do empréstimo.  Ainda, segundo o réu a vítima se negou a devolver o cartão e até lhe ameaçara caso continuasse cobrando o cartão.