Estudante negra é barrada em prédio da USP por seguranças

A estudante da USP Mônica Gonçalves diz que foi impedida de entrar na Faculdade de Medicina da universidade por ser negra

Fonte: Folha de S. Paulo

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O caso ocorreu no dia 30 de abril, na portaria da campus na avenida Doutor Arnaldo, zona oeste de São Paulo. A universidade afirma que abriu uma sindicância interna para apurar o episódio.


Mônica, aluna do primeiro ano de saúde pública, diz que iria encontrar amigos em uma sala do centro acadêmico da Faculdade de Medicina. Quando passava pela portaria foi barrada por dois vigilantes, que lhe pediram o crachá de estudante. "Mostrei o crachá e a resposta foi que eu não poderia entrar", afirma Mônica.


A universitária, então, enviou mensagens aos amigos que estavam no prédio. Eles responderam que outras pessoas estavam entrando normalmente no campus. "Nesse momento, um homem branco passou pela guarita de segurança e nem sequer foi abordado. Não pediram o crachá dele", afirma.


Outro funcionário, que disse ser responsável pela segurança, afirmou que a aluna não poderia entrar porque, naquela hora, ocorria uma festa de estudantes no centro acadêmico, o que é proibido. "Eu não iria participar de nenhuma festa e argumentei que eles estavam impedindo um direito meu de circular pelo campus", conta.


Mônica relata que só conseguiu acessar o prédio escoltada por um segurança. Ao chegar ao centro acadêmico, porém, não havia festa. Amigos ainda lhe disseram que só ela havia sido barrada. "Questionei o segurança sobre isso. Ele disse que eu estava sendo arrogante e que ele poderia me tirar de lá a hora que ele quisesse".


REPÚDIO


O Centro Acadêmico Emílio Ribas, da Faculdade de Saúde Pública da USP, divulgou uma nota em repúdio ao episódio. Ontem à tarde, estudantes do curso fizeram um protesto em frente à Faculdade de Medicina. Em nota, a USP afirma que os funcionários da segurança são terceirizados e que repudia o racismo e qualquer outra forma de discriminação com base em etnia, religião, orientação sexual, social.

Palavras-chave: injúria racial preconceito crime de racismo

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1 Comentários

maria ivani menezes oliveira administradora e advogada15/05/2014 11:41 Responder

Estes fatos só acabaram com a implantação de disciplina própria nas escolas básicas. Para que desde a primeira hora aula até nas Universidades se adotem orientações dos mestres. Afinal os pais são ainda discriminadores e logo as crianças absorvem isto como se fosse algo normal... quando adentram nos cargos em geral tomam estas atitudes repugnantes como se nada estivessem fazendo. Mas é impostante perceber que a discriminação no Brasil não é só referente a etnia: também com excepcionais, pobres, desempregados, prostitutas, etc... Encontrei pela minha vida profissional afora dezenas de pessoas que eram de etnia negra e mito racistas com os próprios de sua etnia. Tenho esperança de melhora... vamos fazer nossa parte.

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