Especialistas expõem opiniões diferentes sobre rigor na correção

Fonte: Folha Online

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A Folha pediu a alguns candidatos que foram reprovados no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) a cópia de suas provas para encaminhá-las a escritórios de advocacia de São Paulo. O objetivo era saber se os candidatos que não foram admitidos nos quadros da OAB teriam condições de atuar no mercado.

Duas provas de direito civil foram repassadas para dois advogados criminalistas da capital. A nota final das duas foi quatro, dois pontos abaixo do mínimo necessário para ser aprovado na segunda fase da avaliação.

Condição

Na opinião de Jair Jaloreto Junior, que há 12 anos trabalha na área penal, os dois candidatos teriam condições de advogar.

"Tem de levar muitos fatores em conta. Na hora da prova eles estão nervosos, não têm internet para pesquisar e não têm tempo. Acho que as provas não estão tão ruins quanto os examinadores colocaram", diz Jaloreto Junior.

Para ele, os dois candidatos teriam condições de trabalhar na área, desde que na condição de advogados recém-formados. "Como advogados aprendizes sem dúvida nenhuma eu os contraria", afirma.

Rigor

Já para seu colega, o advogado José Luís Oliveira Lima, conselheiro da Associação dos Advogados, as provas foram regulares. "Eu concordo com o resultado da OAB. Acho que a Ordem tem de ser rigorosa, sem ser implacável", diz Oliveira Lima.

Segundo ele, é fundamental para o recém-formado em direito ter uma condição especial em sua formação.

"Os bacharéis vão lidar com valores muito importantes da sociedade. Por isso devem estar bem preparados", afirmou.

Em uma prova de direito civil a qual a Folha teve acesso, o candidato tirou seis, nota mínima para aprovação. No entanto, resolveu duas das quatro questões práticas na folha de rascunho. Reprovado, o bacharel entrou com recurso contra a correção do exame e aguarda o resultado.

A prova foi encaminhada para Arnoldo Wald, professor catedrático da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e que tem escritório em São Paulo.

Para ele, deslizes como esse não podem ocorrer na vida profissional. "Você pode perder um caso porque endereçou de modo errôneo. E o advogado tem uma responsabilidade muito grande com o cliente", ressalta.

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