Entidades cobram eficiência para conter violência em penitenciárias do MA

Carta aberta enviada ao governo do estado questionou viabilidade das medidas anunciadas recentemente

Fonte: Agência Brasil

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Entidades e autoridades do Maranhão têm cobrado do governo do estado mais eficácia nas medidas emergenciais adotadas para conter a violência dentro e fora dos presídios. Na sexta-feira (31), em uma carta aberta ao Comitê de Gestor Integrado, criado pelo governo estadual e o Ministério da Justiça, para gerenciar as medidas, os juízes Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula, da 1.ª Vara de Execuções Penais, e José dos Santos Costa, da 2.ª Vara da Infância e Juventude, questionaram a eficácia e a viabilidade das medidas anunciadas para conter a violência, as mortes e as fugas no sistema prisional da capital a curto prazo.


Os juízes afirmam que em 10 de outubro de 2013, quando uma rebelião deixou nove mortos e 20 feridos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o governo decretou situação de emergência para acelerar a construção e reformar as unidades prisionais.


No entanto, a unidade de Imperatriz está com as obras paralisadas e a de Balsas encontra resistência da população local. “Para a construção de presídio não basta boa vontade, decreto ou sentença. O Plano de Emergência de 180 dias, decretado em 10 de outubro do ano passado, também tinha essa proposta de construções e reformas. Decorreram-se 120 dias e o que foi feito?”, diz a carta.


Os magistrados afirmam ainda que o mutirão carcerário da Defensoria Pública é valido e importante, mas não vai minimizar a superlotação, já que sua finalidade é analisar a legalidade das prisões, seguida de uma possível aplicação de penas alternativas. “A motivação predominante da violência e mortes entre os detentos não é a prisão ilegal. Percebe-se que é pela superlotação insuportável que ofende e brutaliza o ser humano, submetendo-os às disputas de facções criminosas.”


Na carta, os juízes elencam outras medidas como necessárias para a redução da superlotação, a prevenção de novas mortes e chacinas e o fim do desrespeito a direitos humanos que vem ocorrendo no sistema carcerário. Entre elas, está a utilização da Penitenciária Feminina, com capacidade para 210 vagas, para presos do sexo masculino pelo prazo de seis meses e converter em prisão e recolhimento domiciliar as prisões definitivas e provisórias das mulheres.


Os magistrados sugerem também a criação da Vara das Garantias para a análise e a filtragem das prisões em flagrante e adaptação das delegacias de polícia do interior em unidades prisionais de ressocialização, além da urgente conclusão da reforma da Cadet (Casa de Detenção), em Pedrinhas, cuja capacidade é de 400 presos e abriga atualmente 203.


A OAB-MA (Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Maranhão) e o Conselho Federal da OAB também cobraram atitudes do governo e, na quarta-feira (29), ajuizaram ação civil pública contra o Estado do Maranhão para garantir a melhoria no sistema prisional e assegurar a indenização tanto das famílias das vítimas dos atentados a ônibus ocorridos em São Luís, no dia 3 de janeiro, quanto dos presos mortos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas entre o ano de 2013 e janeiro de 2014.

Palavras-chave: direitos humanos direito penal superlotação carcerária

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1 Comentários

seu nome sua profiss?o04/02/2014 13:50 Responder

devemos construir cadeias com celas de 2m x 3m individual. Separar os detentos que cometeram crimes graves dos que não cometeram. Pagar dignamente os advogados dativos para trabalhar para os detentos que não tem dinheiro. Verificar mensalmente quais os detentos que terminaram de cumprir a pena. Alvará de soltura pelo próprio presídio, para evitar ter que esperar a boa vontade do juízo em libertar o mesmo. Cursos profissionalizantes para o detentos menos perigosos. Impedir o uso de celulares, TV, computador, tablet, etc. Somente livros didáticos úteis. Mas o governo não quer realizar nada, somente prender pessoas, pois ele ganha com isto. Só basta ter vontade e honestidade para executar o plano

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