A mulher de Freud Godoy, ex-assessor especial da Secretaria Particular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, possui uma empresa de segurança vinculada às principais instâncias partidárias do PT. A empresa faz a vigilância e o controle da portaria da sede do Diretório Nacional do PT em São Paulo. E recentemente, foi contratada para fazer varredura nos telefones desse departamento petista em Brasília. A Caso Sistemas de Segurança Ltda. tem sede e até placa com logomarca em uma casa localizada em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo. Mas não há expediente no local. O nome da proprietária, mulher de Freud Godoy, é Simone Messeguer Pereira Godoy, que tem como sócio minoritário seu irmão, Kleber Michel Messeguer Pereira.

A empresa foi aberta em 5 de junho de 2003 e possui capital de R$ 110 mil, segundo a Junta Comercial. Do total, R$ 108,9 mil são de Simone Godoy e R$ 1,1 mil , de Kleber Pereira. Em 2004, a Caso Sistemas de Segurança trabalhou na campanha em que Marta Suplicy tentou a reeleição à Prefeitura de São Paulo. Recebeu R$ 106 mil. "Está aberto o sigilo bancário, o telefônico, o que quiser da Caso Sistemas de Segurança, como também o meu sigilo pessoal, porque não tenho relação com essas pessoas presas", disse a mulher de Freud e dona da empresa, a jornalista Simone Messeguer Pereira Godoy. "É uma empresa regulamentada pela Polícia Federal".

A varredura nos telefones do PT em Brasília foi realizada há poucos dias. Segundo a empresária, Gedimar Pereira Passos, preso na última sexta-feira com parte do R$ 1,7 milhão que seria usado para adquirir um dossiê contra tucanos, "era o responsável pela logística do diretório do PT em Brasília". "Os funcionários se apresentaram, fizeram o serviço e voltaram para São Paulo. Foi agora, antes disso nunca tinha tido relação nenhuma com Gedimar", afirmou Simone.

Freud Godoy trabalhou dois anos como funcionário do município de São Paulo na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (2001-2004). Ele foi nomeado por Marta para um cargo na Prodam (Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo), onde atuava na área de "segurança e inteligência" da Prefeitura.

Godoy foi nomeado no dia 1º de fevereiro de 2001, no primeiro ano da gestão da prefeita. Ele só deixou o cargo em 1º de janeiro de 2003, dois meses antes de ser designado assessor da Presidência da República.