O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Edísio Simões Souto, conversou hoje (18) por telefone com o cônsul brasileiro em Miami (Estados Unidos), João Almino. Edísio solicitou a ele que interceda junto às autoridades de imigração dos EUA permissão para que o paraibano Misael Mendonça, preso em Miami, possa telefonar para a mãe no Brasil.

O pedido foi feito por Edísio Souto em nome da mãe de Misael, Ângela Cabral, que está angustiada porque não fala com o filho desde 28 de outubro. Nesta data, Misael e o carioca Daniel Correia foram presos no aeroporto de Miami ao mencionarem a existência de uma ?bomba? em suas bagagens. Eles se referiam a um aparelho de sucção próprio para a fabricação de pranchas de surfe, mas foram confundidos com terroristas pelo Serviço de Segurança Norte-americano de Aeroportos e agora respondem a processo criminal nos EUA.

?Fiz o apelo ao embaixador João Almino porque a mãe está muito aflita. Só o que ela quer é fazer ao filho as perguntas que toda mãe faz: se ele está se alimentando direito, se está dormindo e se está sendo bem tratado. Nada mais?, justificou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, que segue preocupado com a situação dos jovens brasileiros.

O embaixador comparecerá hoje à primeira audiência do processo de imigração dos dois brasileiros, que será realizada em Miami, e afirmou que vai tentar negociar a permissão para que Misael entre em contato com mãe, que mora em João Pessoa (PB). João Almino explicou que a ligação telefônica só pode ser feita mediante autorização das autoridades americanas e afirmou que ?vai fazer o possível para viabilizar o telefonema?.

Misael e o colega Daniel Correia aguardam o julgamento dos processos de imigração e criminal em um centro de detenção para imigrantes ilegais. De acordo com a legislação dos Estados Unidos, eles não podem ser deportados enquanto estiverem respondendo a processo criminal.