Conversa por WhatsApp serve como indício para cobrir despesas de gravidez

Justiça reviu liminar após suposto pai admitir que teve relações sexuais com mulher sem usar métodos contraceptivos

Fonte: O Dia

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Um casal se conhece pelo Tinder (ferramenta para localização de encontros) e tem relações sexuais sem métodos contraceptivos. A mulher, que estava no período fértil, engravidou. Sem provas concretas, uma possível paternidade poderia ser questionada na Justiça. No entanto, com o uso da tecnologia, a 5ª Vara de Família de São Paulo reconheceu como indício de paternidade, conversas trocadas pelo casal através do WhatsApp, famoso aplicativo de mensagens para celular.


O caso aconteceu no início do ano. Em fevereiro, a mulher teve relações sexuais com o homem durante o período fértil e engravidou, pedindo o pagamento de R$ 1 mil para a cobertura das despesas durante a gestação, o que a Justiça chama de 'alimentos gravídicos'. A troca de mensagens e a confirmação da relação sexual sem o uso de pílula ou camisinha por parte do suposto pai, foram suficientes para o juiz Andre Salomon Tudisco voltar atrás de sua decisão liminar e conceder a assistência alimentícia para a então gestante.


Segundo o advogado Ricardo Amin Nacle, que defendeu a mulher, o juiz não se baseou somente no conjunto de mensagens trocadas por WhatsApp para rever o caso. "A conversa entre os dois foi um elemento forte, que compôs esse indício de paternidade. Mas o suposto pai admitiu que manteve relações sexuais sem o uso de preservativo. É importante frisar essa questão. De acordo com a lei, isso basta para que os alimentos gravídicos sejam pagos até o nascimento da criança", afirmou Nacle.


O site Consultor Jurídico reproduziu a petição de Ricardo Nacle, baseada na troca de mensagens entre o casal em fevereiro deste ano. Leia abaixo:


"Mulher: to pensando aqui.. 


Homem: O que 


Homem: ? 


Mulher: vc sem camisinha .. 


Mulher: e eu sem pilula 


Homem: Vai na farmácia e toma uma pílula do dia seguinte 


Mulher: eu ja deveria ter tomado 


Mulher: no domingo.."


Um mês depois, outra conversa foi transcrita no processo:


"Mulher: Amanha tenho o primeiro pre natal, minha amiga nao vai poder ir comigo. 


Mulher: Sera que voce pode ir comigo ? 


Mulher: A medica e as cinco e meia. 


Homem: Olá....já estou dormindo....bjo 


Mulher: Oi (...) tudo bem? Fui a medica, preciso ficar 10 dias em repouso absoluto. Minha irma e meu cunhado querem te conhecer. Vc. Pode vir este final de semana, podemos marcar um almoco ou um jantar ? Beijos 


Homem: Bom dia! Fds vou trabalhar! Bjo"


A criança já nasceu. Quanto à prova de paternidade, Nacle informou que o exame de DNA não foi feito durante a gestação por não ser recomendado. "A lei não exige o exame nessa fase específica da gestação, porque não é recomendado. Vou entrar com uma ação de investigação de paternidade, que o suposto pai já se dispôs a fazer. Com isso, podemos ter a confirmação", explicou. 


Os mais aflitos podem desenvolver medo diante de tal perspectiva, mas o advogado foi taxativo. "Antes, a Justiça aceitava como provas mais contundentes telefonemas, fotos ou e-mails. Hoje, o Facebook é válido, mas são elementos iniciais. Além disso, qualquer prova pode ser falsificada. Desde documentos e fotos até uma conversa por WhatsApp", revelou Nacle. 

Palavras-chave: Alimentos gravídicos Tinder WhatsApp Justiça Paternidade

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