Caxias (MA) ? O complexo "Cidade Judiciária" injetará R$ 500 mil a cada mês na economia do município de Caxias, na região de Cocais, no Estado do Maranhão. Esses recursos virão dos salários dos servidores que irão integrar as unidades das Justiças federal e estadual. A informação foi passada ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, pelo secretário-geral do Conselho da Justiça Federal (CJF), Ney Natal, para demonstrar como o projeto irá alavancar o desenvolvimento regional.

Com orçamento estimado em R$ 52,2 milhões, as obras de terraplanagem foram iniciadas nesta sexta-feira, 28, durante cerimônia comandada pelo presidente do STJ, pelo governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares, e pelo prefeito de Caxias, Humberto Coutinho. Um terreno de 26 hectares abrigará vários setores do Judiciário trazendo como benefício uma justiça mais ágil para o cidadão, conforme avaliou o ministro Vidigal.

A expectativa é que as obras de edificação estejam concluídas em 180 dias. Segundo informou o ministro Vidigal, o país necessita de pelo menos 300 complexos dessa natureza. O protótipo de Caxias servirá de modelo para que o projeto chegue aos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Piauí e Tocantins. Já existem manifestações nesses estados para implantar a "Cidade Judiciária".

Desenvolvimento local

As estimativas do CJF dão conta da geração de cem empregos diretos nesse complexo. Outros mil trabalhadores devem ser aproveitados durante o período das obras. Como a previsão é de adquirir o material de construção civil na região, o comércio local também deve se preparar para fazer frente à demanda dos produtos, o que deve resultar na criação de mais postos de trabalho.

"Estaremos provendo uma verdadeira revolução no interior do Brasil. Será criada uma nova classe média. E isso só acontece com cultura e renda. Estamos permitindo as duas coisas", disse o ministro Vidigal.

A previsão é que, num mesmo complexo, a população poderá tirar carteira de identidade, título de eleitor, carteira de motorista, além de recorrer ao Judiciário federal ou estadual. Haverá agências bancárias e um "mini-shopping" com cinema, livrarias e área de lazer.

Para o ministro Vidigal, a "Cidade Judiciária" servirá também de ensaio para um importante projeto defendido pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva: as Parcerias Público-Privadas (PPP). No projeto de Caxias, a Telemar ? holding de telecomunicações ? e o Bradesco manifestaram interesse nas construções das redes de comunicação e centro de convenções. Esse mesmo modelo, conforme disse o ministro Vidigal, poderá ser usado quando da edificação de outros complexos.

Roberto Cordeiro
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