Caso Bertinho: Júri condena policial acusado de torturar e matar vítima

Após sucessivas torturas, os réus levaram a vítima amordaçada para um lugar ermo e efetuaram três disparos de revólver contra a sua cabeça. Os tiros desfiguraram o rosto de José Roberto, o que dificultou o reconhecimento do cadáver

Fonte: TJGO

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O 1º Tribunal do Júri de Goiânia, sob a presidência do juiz Jesseir Coelho de Alcântara, condenou, nesta quarta-feira (11), o policial militar Francisco Erinaldo da Silva Costa a cumprir 13 anos e 6 meses pela morte de José Roberto Correia Leite, também conhecido com “Bertinho”. O réu, que já foi condenado em 4 anos de prisão pela tortura da vítima, deverá cumprir no total 17 anos e 6 meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, no Presídio Militar e ainda deverá pagar multa no valor de R$ 10 mil.


O Conselho de Sentença entendeu que o acusado, juntamente com terceiros, causou ferimentos que mataram Bertinho, rejeitando assim a tese de negativa de autoria sustentada pela defesa. O magistrado entendeu que o réu merece aguardar o trânsito em julgado em liberdade, por ter endereço fixo e estar respondendo a todos os chamados judiciais.


De acordo com os autos, o crime aconteceu no dia 14 de agosto de 1999, quando Laércio dos Santos, Daniel da Silva Costa Ribeiro, Francisco Erinaldo da Silva Costa, Agnaldo Marinho Cunha, Cleomar Guimarães de Oliveira, Vilmar da Silva e Carlos Henrique Urani de Oliveira algemaram a vítima, sem mandado judicial, no Bairro Pedregal, em Novo Gama. Os policiais espancaram José Roberto e o conduziram para o quartel da cidade.


A vítima foi colocada em um carrinho e submetida a choques elétricos, com arma apontada para sua cabeça. Os policiais interrogavam José Roberto sobre onde estava um foragido da polícia, que, supostamente, era seu amigo. Após sucessivas torturas, os réus levaram a vítima amordaçada para um lugar ermo e efetuaram três disparos de revólver contra a sua cabeça. Os tiros desfiguraram o rosto de José Roberto, o que dificultou o reconhecimento do cadáver.


Os policiais também utilizavam em suas operações carros provenientes de roubo e placas frias trocadas com frequência para dificultar a identificação. Em um recinto do quartel, onde somente os réus tinham acesso, foram apreendidos álbuns de fotografias com fotos de criminosos da região, negativos de filme fotográficos, máquina fotográfica, touca preta, blusão de tecido camuflado, munição de arma de fogo, luvas cirúrgicas, placas de veículos, cordel detonante e granada. Na sala do comandante foram encontradas toucas pretas e uma metralhadora 9 milímetros, que não pertecia a Polícia Militar.

Palavras-chave: Autoria; Condenação; Militar; Apreensão; Homicídio; Foragido

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