Carlinhos Cachoeira é preso suspeito de lavagem de R$ 370 milhões em verbas públicas

Empresário foi detido no condomínio de luxo em que mora em Goiânia. Também há mandados de prisão contra Fernando Cavendish e Adir Assad.

Fonte: G1

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O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na manhã desta quinta-feira (30), no condomínio de luxo em que mora, em Goiânia. Um vídeo exclusivo da TV Anhanguera mostra o momento em que ele chega ao Aeroporto Santa Genoveva. O contraventor é um dos alvos da Operação Saqueador, que visa prender pessoas envolvidas em um esquema de lavagem de R$ 370 milhões em verbas públicas.


A ação é realizada pelo Ministério Público Federal em parceria com a Polícia Federal. Também há mandados de prisão contra Adir Assad e Fernando Cavendish, que é dono da empresa Delta Construções. O ex-diretor da Delta Cláudio Abreu foi preso em outro condomínio de luxo de Goiânia.


Advogado de Cachoeira, Antônio Nabor Bulhões disse que ficou sabendo da prisão no início da manhã, após uma ligação da esposa do cliente, Andressa Mendonça. O advogado informou que irá se inteirar do caso para se pronunciar.


Por volta das 7h, a PF esteve na casa de Fernando Cavendish, mas os agentes descobriram que empresário está no exterior. A casa de Cavendish fica na Rua Delfim Moreira, um dos endereços mais caros do Rio de Janeiro. Os policiais chegaram ao local por volta das 6h25.


Em São Paulo, a PF cumpre os mandados de prisão contra os empresários Marcelo José Abbud e Adir Assad. Os policiais foram até o prédio onde vive Abbud, mas não encontraram ninguém. Segundo a PF, os agentes receberam a informação que Abbud viajou para o exterior na última sexta-feira, dia 24. Segundo o advogado de Abbud à PF, ele deve se apresentar.


Outros policiais estiveram no prédio do empresário Adir Assad pela manhã. Os agentes levaram uma pessoa para a sede da PF, mas não há informações sobre sua identificação. Assad já havia sido condenado a 9 anos e 10 meses na Operação Lava Jato e cumpre prisão domiciliar desde dezembro. Ele usa tornozeleira eletrônica.


Segundo o Ministério Público Federal, dentre os denunciados estão executivos, diretores, tesoureira e conselheiros da empreiteira, além de proprietários e contadores de empresas fantasmas, criadas por Carlinhos Cachoeira, Adir Assad e Marcelo Abbud.


Lavagem de dinheiro


O MPF descobriu que, entre 2007 e 2012, quase 100% do faturamento da Delta veio de contratos públicos, chegando ao montante de quase R$ 11 bilhões. Conforme os investigadores, desse total, mais de R$ 370 milhões foram lavados por meio de pagamento ilícito a 18 empresas de fachada, criadas pelos chamados "operadores" do esquema.


Segundo o Ministério Público Federal, eles lavavam o dinheiro público em contratos fictícios e sacavam o dinheiro em espécie para o pagamento de propina a agentes públicos. Assim, de acordo com os investigadores, eles impediam o rastreamento das verbas.


De acordo com o MPF,  todos os pagamentos a fornecedores eram de responsabilidade do setor administrativo e financeiro da matriz da Delta, sediada no Rio de Janeiro. No entanto, os escritórios e centros de custo dos membros do conselho e dos diretores regionais realizaram despesas com diversas empresas de fachada.


Conforme a investigação, foram utilizados 116 centros de custo vinculados a escritórios regionais e obras da empreiteira em todo território nacional, para o repasse direto e indireto de verbas ilícitas.


Rastreando os pagamentos feitos pela Delta às empresas de fachada, o MPF verificou um aumento significativo dos valores das transferências em anos de eleições.


O MPF pede a condenação de todos os envolvidos pela prática de lavagem de dinheiro e associação criminosa.


Carlinhos Cachoeira


Acusado de chefiar um esquema de exploração ilegal de caça-niqueis em Goiás, Cachoeira já havia sido preso em fevereiro de 2012, quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada pela PF e o Ministério Público Federal. Ele ganhou liberdade em 11 de dezembro do mesmo ano.


A operação revelou ligação entre o contraventor e o ex-senador goiano Demóstenes Torres (DEM). De acordo com o MPF, o ex-parlamentar é acusado de prática de corrupção e advocacia administrativa em favor de Cachoeira.


Desde então, Cachoeira já foi condenado pelos crimes de peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha. A última condenação foi no dia 23 de setembro, por violação de sigilo funcional, com pena de três anos de prisão. Ele responde aos crimes em liberdade.

Palavras-chave: Operação Saqueador Lavagem de Dinheiro Verbas Públicas Corrupção Operação Lava Jato

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