Candidatos atacam a lista dos 'fichas-sujas' da AMB

A grande maioria respondeu da mesma forma ao lançamento da relação, atacando a AMB e tentando minimizar o peso das condenações responsáveis pela inclusão na lista.

Fonte: Veja Online

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Os políticos citados na lista dos candidatos "fichas-sujas", divulgada na terça-feira pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), são filiados a partidos diferentes e, em alguns casos, até duelam na eleição deste ano com outros integrantes da relação. Em uma coisa, porém, eles estão unidos: na reação contra a divulgação da lista. A grande maioria respondeu da mesma forma ao lançamento da relação, atacando a AMB e tentando minimizar o peso das condenações responsáveis pela inclusão na lista.

Em São Paulo, os candidatos Marta Suplicy (PT) e Paulo Maluf (PP), adversários na corrida à prefeitura, deram a mesma opinião sobre a lista: segundo eles, há motivação política na divulgação dos nomes dos "fichas-sujas". Marta disse que a lista é "um absurdo", já que "prejudica uma candidatura idônea, que não tem nenhuma condenação em nenhuma última instância". A coligação que apóia a petista divulgou uma nota na noite de terça-feira, chamando a ação da AMB de "arbitrária, tendenciosa e leviana".

Para a os partidos que apóiam Marta Suplicy, é "surpreendente" ver uma associação "cujos integrantes têm a responsabilidade de administrar a Justiça cometer um gesto que caracteriza prejulgamento ou rito simbólico de execução sumária". Conforme a nota, Marta está na lista por causa de "uma ação movida pelos oposicionistas contra a então prefeita, ainda sem julgamento em qualquer instância, e na qual Marta já obteve liminar favorável". A coligação diz estudar possíveis medidas judiciais contra a AMB.

Para Maluf, alvo de numerosos processos, os casos que o levaram à lista dos "fichas-sujas" "não têm base legal, jurídica ou administrativa". Ele aponta a "politização dos juízes" como causa da divulgação da lista. "Juízes não devem se meter em política. Juiz só fala nos autos." A candidata a vice de Maluf, Aline Corrêa, também está com o nome ?sujo?. Os principais concorrentes, Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM), não se pronunciaram sobre a divulgação da lista pela associação dos juízes.

Disputas - Nos outros estados, os candidatos se defenderam, quase sempre dizendo que os processos serão vencidos ou que correspondem a episódios sem importância. O ex-governador Amazonino Mendes (PTB), candidato à Prefeitura de Manaus, diz que dois processos contra ele já foram arquivados no âmbito federal e que no outro ele já foi absolvido no âmbito estadual. Maria Suely Silva Campos (PP), candidata a vice em Boa Vista (RR), diz que seu processo será arquivado e que "a Justiça é muito lenta".

Em entrevista publicada nesta quarta pelo jornal Folha de S. Paulo, a candidata do PT à prefeitura de Macapá, Dalva Figueiredo, disse que o processo movido contra ela só foi aberto por causa de uma "disputa política". Já o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), justifica, através de seus assessores, que a ação a que responde é "questão pequena" -- o Ministério Público achou que a prefeitura se omitiu num caso de invasão de área pública. A lista da AMB incluiu 15 nomes de candidatos a prefeito e a vice.

No TSE - A AMB coletou dados sobre políticos que respondem a processos na Justiça e participarão das disputas das 26 capitais do país nas eleições de outubro -- nos estados do Rio, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Alagoas, Acre, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Sergipe não há candidatos processados. Os dados estão publicados no endereço www.amb.com.br. Para o presidente da AMB, Mozart Valadares, a entidade está prestando um serviço.

Em junho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que os candidatos que respondem a processos criminais podem concorrer nas eleições. Isso vale para os políticos já condenados em primeira ou segunda instâncias, mas que ainda aguardam recurso superior. Prevaleceu o voto do ministro Ari Pargendler, que, amparado na Constituição, defendeu que até julgamento final da ação ninguém poderia ser considerado culpado. Os ministros do STF devem decidir em agosto se seguem ou não a decisão do TSE.

Palavras-chave: candidato

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