Cabo muda depoimento e nega participação na morte de juíza

"Fui forçado pelo inspetor Guimarães, que me pressionou a assinar o depoimento, e falou que se eu não aceitasse a delação, seria transferido para Bangu I ou Catanduvas?, declarou o cabo

Fonte: TJRJ

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O cabo da PM Jeferson de Araújo Miranda, acusado pelo Ministério Público de ser um dos executores da juíza Patrícia Acioli, negou os depoimentos dados anteriormente à Delegacia de Homicídios e à Justiça, em função do acordo de delação premiada. Em seu interrogatório, na tarde desta quinta-feira, dia 17, na audiência de instrução criminal, no 3º Tribunal do Júri, em Niterói, ele afirmou que foi forçado pelo inspetor José Carlos Guimarães, da Delegacia de Homicídios, a mentir sobre a autoria e participação no crime.


O tenente Daniel Santos Benitez Lopez preferiu se manter em silêncio durante o seu interrogatório. A audiência continua nesta sexta-feira, dia 18, a partir das 9h.  O primeiro a ser interrogado será o ex-comandante do 7º BPM, tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira.


Jeferson Miranda surpreendeu a todos durante a audiência quando perguntado pelo juiz Peterson Barroso Simão se confirmava o seu depoimento dado anteriormente. “Não, não confirmo. Fui forçado pelo inspetor Guimarães, que me pressionou a assinar o depoimento, e falou que se eu não aceitasse a delação, seria transferido para Bangu I ou Catanduvas”, declarou. E ainda: “Só pensei na minha família. Não confirmo a participação”. Segundo o policial, ele nem leu o termo da Delegacia, somente assinou.


O juiz Peterson Barroso ainda perguntou se o acusado negava a declaração feita, em setembro, no processo da medida cautelar de antecipação de provas, em sua presença, na de advogados, promotoria e defensoria pública. O cabo respondeu: “Não disse a verdade”.


Segundo o magistrado, que quis saber o porquê da mentira, o acusado naquela oportunidade aparentava calma e foi bastante detalhista. O juiz também questionou o réu sobre uma declaração feita na audiência de setembro, em que pedira desculpas, com voz de choro, sobre o que aconteceu com a juíza. Jeferson desmentiu, afirmando ter dito: “peço perdão pelos problemas causados”.


O magistrado perguntou ao policial se ele tinha carro e quanto ganhava. Jeferson afirmou que tinha um Corolla, e que ganhava  R$ 2 mil por mês. O juiz quis saber também o preço do veículo. “Custa R$ 45 mil”, respondeu.


Em razão da mudança de depoimento do cabo, o juiz Peterson Barroso Simão cogitou a possibilidade de atender ao pedido do Ministério Público para transferir os réus para fora do Estado do Rio.


O major Eduardo Augusto Gonçalves, do Departamento de Pessoal da PM, também prestou depoimento neste dia. Segundo ele, o tenente Benitez chegou a comandar uma companhia no 7º BPM, na gestão do tenente-coronel Claudio Oliveira, embora esta função fosse para oficial de duas patentes acima.

 

Palavras-chave: PM; Morte; Patrícia Acioli; Depoimento; Homicídio

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1 Comentários

JOÃO Ananias Machado BB-Aposentado19/11/2011 6:35 Responder

Forçado, nada. É tudo frarinha do mesmo saco!

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