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noticias/busato-fim-do-exame-de-ordem-seria-catastrofico-para-justica

3 Comentários

Júlio Aguiar bacharel em direito03/05/2006 19:47 Responder

Respeitável a opinião do presidente nacional da OAB, mas ressalvas devem ser feitas. Primeiro: Quando escreve que " a má qualidade do ensino jurídico tem sido demonstrada também pelo baixíssimo, ridículo e extraordinário índice negativo de aprovação nos exames que habilitam bacharéis para o exercício de funções na magistratura e no Ministério Público". Ora vamos, afirmar que somente os bacharéis em direito é que demonstram baixíssimo, ridículo e extraordinário índice negativo de aprovação nos exames que habilitam bacharéis para o exercício de funções na magistratura e no Ministério Público é praticar no mínimo a demagogia, pois o que dizer dos advogados que também reprovam nesses mesmos exames; o que dizer dos membros do ministério público que se lançam em diversos concursos para a magistratura Brasil a fora e não são aprovados; o que dizer dos magistrados estaduais que fazem concurso para serem Juízes Federais e reprovam. Ora, infeliz tal afirmação, pois certamente que se o exame da ordem fosse aplicado anualmente a todos os advogados devidamente inscritos na OAB, teríamos os mesmos índices de reprovação que os atuais. E digo mais, para que serve o Código de Ética da OAB se não para punir e tirar de circulação os maus advogados? Usar o exame da ordem para criticar os péssimos cursos de ensino jurídico espalhados pelo país, é não ter coragem de enfrentar os poderosos donos desses cursos, é negligenciar o papel da OAB. E para registro, não sou contra o exame da ordem, e sim contra a metodologia usada em sua aplicação, onde o que impera são questões copiadas de concursos jurídicos que nada tem a acrescentar ao fundamento lógico do exame da ordem, qual seja, “o de se verificar os requisitos mínimos para se exercer a profissão de advogado”. Questões essas que precisam de especialistas para serem elaboradas e mesmo assim, em todos os exames temos questões anuladas por erros. Querem que os recém formados respondam em minutos o que em 20 anos de prática aprenderam.

Fernando Moro magistrado03/05/2006 20:34 Responder

Excelente colocação do bacharel de Mato Grosso, pois, com clareza e inteligência, demonstrou estar não só apto a exercer a advocacia, como também mostrou estar inteirado com as questões do exame da ordem. É conversa de corredor dos mais variados fóruns desse país, que se o exame da ordem não mudar sua metodologia, o mesmo sucumbirá aos ditames da justiça, pois não há lógica em aplicar questões como as que estão sendo aplicadas, para bacharéis recém formados. A grande maioria dos renomados advogados brasileiros aprenderam a profissão ao longo dos anos, adquirindo experiência jurídica militando nos mais variados feitos processuais. Até o doutor José Bonifácio de Andrada e Silva (Bordeaux França 1827 - São Paulo SP 1886), disse certa vez a seus alunos da Faculdade de Direito de São Paulo, que os balcões das escrivanias o ensinaram mais do que o curso que fez na faculdade. Ao longo da minha carreira aprendi muito sobre direito, tudo com a experiência, pois não se aprende certos aspectos do direito na faculdade. Como então, exigir dos recém formados, respostas para questões que somente um advogado com longos anos de militância jurídica responderia?

Raimundo Nonato operador do direito08/05/2006 15:15 Responder

Pelo visto, a entrevista do nobre Presidente Nacional da OAB foi extremamente infeliz, ainda não percebeu que está exagerando na dose. O Exame de Ordem foi instituído em 1994, sua execução ultrapassa uma década, tempo suficiente para avaliação dos seus efeitos. No entanto, a OAB não apresenta dados estatísticos, científicos, concretos, para justificar a manutenção do exame, apenas diz que ele é bom e o defende. É perceptível que bom mesmo para a OAB é a receita gerada na aplicação desses exames, três vezes por ano, com absurdo índice de reprovação. Oportuno dizer, que a maioria dos bacharéis, vítima do exame de ordem, está acuada pela própria OAB e explorada em subempregos, por impossibilidade de advogar, amargando os prejuízos financeiros de um curso tão caro, que não habilita o bacharel, sequer a iniciar, a carreira cursada ao longo de cinco anos. Além disso, recentemente, foi instituído a exigência de três anos de prática forense para concorrer aos cargos públicos da carreira jurídica, mais uma barreira para desespero dos bacharéis. Por essas e outras aberrações é que diversos parlamentares, magistrados e advogados militantes, defendem o fim do exame de ordem. A OAB não consegue demonstrar concretamente para a sociedade os benefícios decorrentes da adoção do exame de ordem, melhor seria mudar o discurso, o foco, partir para ação prática, reestruturar a instituição, investir em tecnologia, qualificação profissional dos advogados, bacharéis, estagiários estudantes de direito. O exame de ordem não seleciona profissional capacitado, bem como, não elimina maus profissionais, essa seleção será feita pelo mercado de trabalho em conjunto com a OAB, na fase seguinte, ou seja, na prática forense.

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