Aplicativo de videoconferência vaza dados de usuários e comete falha grave em relação à privacidade
Para o advogado Rafael Maciel, especialista em Direito Digital e Proteção de Dados Pessoais, trata-se de um caso grave de desrespeito à privacidade dos usuários, podendo levá-los à Justiça contra a empresa.
A ferramenta de videoconferências Zoom ganhou popularidade em meio à pandemia do novo coronavírus devido à necessidade de isolamento social. Contudo, recentemente, a empresa teve falhas de segurança e permitiu o vazamento de conversas privadas dos usuários. Para o advogado Rafael Maciel, especialista em Direito Digital e Proteção de Dados Pessoais, trata-se de um caso grave de desrespeito à privacidade dos usuários, podendo levá-los à Justiça contra a empresa.
“A meu ver, todos aqueles que têm conta na ferramenta e se sentiram violados devem sim ajuizar ação. O caso demonstra a falta de preocupação da empresa com a privacidade e até cabe danos morais, já que houve furto de dados”, analisa Maciel.
Segundo ele, neste momento, o ideal é não utilizar o aplicativo para a realização de conferências por vídeo, optando por outros mais confiáveis. “A empresa deverá analisar tais vulnerabilidades, proporcionando uma atualização em breve. Porém, dificilmente irá recuperar a credibilidade depois de uma crise desta dimensão. A Anvisa, por exemplo, que utilizava o app, já suspendeu o uso”, opina o especialista.
A plataforma havia se beneficiado com a pandemia. O número de acesso diários ao serviço passou de 10 milhões para 200 milhões por dia em apenas algumas semanas. As ações subiram mais de 60% no ano. “Sem dúvida, isso vai mudar a partir desta falha de segurança. O fato demonstra o quanto é importante as empresas se atentarem à proteção dos dados dos seus usuários”, finaliza Maciel.