Ajuda brasileira à Ásia surpreende Unicef

"O Unicef Brasil, pela primeira vez, rompeu a regra, quebrou o paradigma, de que só arrecada recursos no Brasil para investir nas crianças e nas famílias brasileiras", diz José Afonso Braga, coordenador de mobilização de recursos da entidade.

Fonte: BBC Brasil, em São Paulo

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O escritório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil abriu uma exceção e lançou uma campanha para receber doações em dinheiro para ajudar crianças desabrigadas na região afetada pelo maremoto que atingiu a Ásia e a África.

Desde a última quinta-feira, o Unicef Brasil já recebeu mais de R$ 30 mil em depósitos em uma conta (conta 404700-1 na agência 3382-0 do Banco do Brasil) criada especialmente para arrecadar fundos destinados a atender as vítimas do tsunami.

"O Unicef Brasil, pela primeira vez, rompeu a regra, quebrou o paradigma, de que só arrecada recursos no Brasil para investir nas crianças e nas famílias brasileiras", diz José Afonso Braga, coordenador de mobilização de recursos da entidade.

"Estou impressionada com o número de ligações e mensagens que recebemos nos últimos dias de brasileiros que querem ajudar", afirma Marie-Pierre Poirier, representante do Unicef no Brasil.

"O Unicef está pronto para facilitar essa demonstração de solidariedade do povo brasileiro com as crianças e suas famílias nos países mais afetados por essa tragédia", acrescentou.

Iniciativa inédita

O escritório brasileiro do Unicef afirma que a decisão inédita de captar recursos para a região atingida pelo maremoto se justifica por se tratar de "um caso extraordinário", "de extrema gravidade e enorme sofrimento de grande parte da população".

O coordenador de mobilização de recursos do Unicef Brasil lembra ainda que se estima que pelo menos 30% da população atingida pelo tsunami seja formada por crianças.

José Afonso Braga diz que os próprios brasileiros, ao entrarem em contato de forma insistente com o Unicef para manifestar o desejo de ajudar e pedir a participação da entidade nesse esforço, fizeram com que a campanha de arrecadação fosse lançada.

"A ajuda dos brasileiros pegou a gente de surpresa, infelizmente em um momento de muita tristeza. Mas mostrou quão rico de amor é o povo brasileiro, que, ao ver a tragédia do outro lado, diz: 'eu quero ajudar'", afirma Braga.

Embora a quantia arrecadada pelo Unicef do Brasil seja pequena diante dos estragos causados pelo tsunami na Ásia e na África, o coordenador da campanha diz que o balanço da participação dos brasileiros é positivo.

"Levando em conta que foi um final de semana de feriados e festejos de passagem de ano, a gente considera um resultado muito bom", diz José Afonso Braga.

O escritório do Unicef no Brasil só recebe doações em dinheiro. As ofertas de outros tipos de ajuda são encaminhadas às embaixadas dos países afetados pelo tsunami.

S.O.S. Sri Lanka

Outra iniciativa criada no Brasil para arrecadar doações destinadas às vítimas do maremoto é a campanha S.O.S. Sri Lanka, lançada pelo consulado do país no Rio de Janeiro.

De acordo com o cônsul Sohaku Bastos, a iniciativa já arrecadou cerca de R$ 100 mil em todo o país, mais de 70 toneladas de alimentos e remédios no Rio e outras 30 toneladas de medicamentos doados pelo laboratório Eurofarma, de São Paulo.

Apesar de reconhecer que a ajuda do seu país necessita chegar à casa dos bilhões de dólares, Bastos agradeceu o apoio da população e do governo brasileiro e reforçou o apelo por novas doações.

"Essas pessoas estão carentes de tudo. Elas precisam, agora, daqui a pouco e mais adiante, de medicamentos, alimentos, etc.", disse o cônsul.

"Essas populações estão em total desabrigo. O que eles estão solicitando não é só dinheiro, eles querem medicamentos, alimentos, cobertores, tudo que possa protegê-los", acrescenta Bastos.

O consulado afirma que outra dificuldade enfrentada pelo Sri Lanka é a dificuldade de distribuir os suprimentos de ajuda recebidos. Navios e aeroportos das cidades da costa leste foram totalmente destruídos pelo tsunami e o acesso a essas áreas é muito difícil.

Para contornar o problema, as equipes de apoio que trabalham na região têm utilizado helicópteros e até elefantes para chegar às áreas ilhadas pelo maremoto.

A embaixada do Sri Lanka no Brasil está recebendo doações na conta 46034-6, agência 1606-3, do Banco do Brasil. O consulado no Rio também recolhe donativos entregues em batalhões da Polícia Militar na cidade, e uma iniciativa semelhante está sendo organizada em São Paulo.

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