Advogados apontam ?violações? nas prisões do mensalão

Advogados reclamam que Barbosa emitiu mandados de prisão sem documentação necessária para encaminhamento do cumprimento das penas

Fonte: Folha de São PAulo

Comentários: (2)




Os advogados de seis dos sete réus mineiros envolvidos no mensalão e já presos pela Polícia Federal estão indignados com o modo como as prisões foram feitas e criticam a condução do ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).


Segundo reportagem da Folha de São Paulo, os advogados reclamam que Barbosa emitiu os mandados de prisão sem a documentação necessária para o encaminhamento do cumprimento das penas.


Segundo os defensores, o ministro teria que ter emitido os mandados de prisão junto com as guias de recolhimento, com dados do processo, pena dos réus e regime inicial a ser cumprido. “São dados fundamentais”, disse o advogado Marcelo Leonardo, que defende o empresário Marcos Valério e o ex-deputado Romeu Queiroz.


Leonardo citou a entrevista concedida à Folha pelo juiz da vara de execuções do Distrito Federal, Ademar Silva de Vasconcelos, na qual ele afirma que não tinha recebido “documento nenhum”.


Leonardo disse também que casos como o de Romeu Queiroz, condenado ao regime semiaberto, mas preso 24 horas por dia, é uma “ilegalidade”. “É uma outra ilegalidade, lamentavelmente. Ilegalidades promovidas pelo senhor presidente do Supremo Tribunal Federal”, disse.


O fato de os clientes estarem sob guarda provisória da PF, apesar de já terem sido condenados pelo STF, e de as prisões terem ocorrido em um feriado, quando o acesso do juiz executor dos mandados às informações é precário, também está sendo muito criticado.


O advogado Leonardo Isaac Yarochewsky, defensor de Simone Vasconcelos, ressaltou que ela tem direito a cumprir pena inicialmente em regime semiaberto, até a análise do recurso. “É uma violação do princípio da individualização da pena. O condenado tem o direito de cumprir a pena no seu domicílio, é desnecessário eles terem ido para Brasília, um custo para o Estado. Depois, muitos vão voltar para seu Estado”, disse.


Yarochewsky afirmou ainda que a falta de informação faz com que os advogados tenham dificuldade em saber se recorrem ao juiz de execução ou ao STF. “Não se sabe a quem vai pedir, há falta de informação. Isso tudo está dificultando muito a defesa”, disse.


Maurício Campos Júnior, advogado de Kátia Rabello e José Roberto Salgado, do Banco Rural, reclamou da falta de local adequado para os presos, especialmente as duas mulheres.


“É uma situação que não é compatível com o Estado democrático de direito que se tem no Brasil hoje. É algo anormal, completamente anormal”, afirmou.


Vasconcelos e Rabello continuam presas no setor de triagem da PF em Brasília, cada uma em uma cela. A comida e objetos de higiene pessoal das duas são levados pelos advogados, já que a PF, por receber apenas presos temporários, não dispõe nem sequer de orçamento para comprar alimentos e materiais de primeira necessidade para detentos.

Palavras-chave: mensalão prisões violação de direitos direito penal

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/advogados-apontam-violacoes-nas-prisoes-do-mensalao

2 Comentários

Elisa Advogada19/11/2013 0:33 Responder

É verdade! Nunca presenciamos isso, gente graúda e criminosa sendo devidamente presas, após \\\"longo, tenebroso e indevido inverno\\\". Viva o grande Ministro Joaquim Barbosa que, finalmente ... ... ... ...

JOS? ANTONIO VOLTARELLI advogado20/11/2013 16:04 Responder

Essas prerrogativas que estão sendo concedidas as esses condenados do mensalão, de igual sorte, também, devem ser estendidas a todos os detentos que foram condenados menos de 8 anos de prisão, e, continuam, no regime fechado, eles, assim como esses mensaleiros condenados, tem o direito de prisão no regime semi-aberto, que JUSTIÇA sejam para todos.

Conheça os produtos da Jurid