Advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro alega inocência durante depoimento na Polícia Federal

Edson Ribeiro prestou depoimento por cerca de três horas no Rio. Defensor dele solicitou revogação das prisões preventiva e domiciliar

Fonte: G1

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O advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, se disse inocente em depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (27), horas depois de ser preso no Rio. A informação foi confirmada pelo defensor de Ribeiro, Carlo Luchione. O depoimento, segundo ele, teria durado cerca de três horas.


"Ele já prestou depoimento, agora já estamos resolvendo alguns trâmites. O depoimento é sigiloso, mas ele alega inocência das acusações porque havia uma estratégia defensiva  que foi mal interpretada pela acusação", disse Carlo.


Luchione afirmou que a prisão domiciliar e a revogação da prisão preventiva já foram solicitadas. Ao ser questionado sobre a permanência de Ribeiro na sede da Superintendência da Polícia Federal do Rio, Luchione afirmou que o cliente deve ser transferido.


"Provavelmente ele deve ser transferido porque ele tem direito a sala de estado maior, mas isso ainda não está definido. Como ele é advogado, ele pode ir para algum batalhão, aqui tem alguns batalhões que isso é possível de acontecer e pode ser também que eles mandem para algum presídio. Mas o correto seria sala de estado maior", ponderou o defensor.


Advogado é preso ao voltar de Miami


Segundo a Procuradoria Geral da República, Ribeiro fez parte do esquema para tentar interferir nas investigações da Operação Lava Jato, do qual fariam parte ainda o senador Delcídio do Amaral e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.


Às 9h50, o advogado era levado para a Superintendência da Polícia Federal, na Zona Portuária do Rio. Ele chegou ao local por volta as 10h. Um carro da Polícia Civil também estava no local para fazer exames periciais no advogado.


O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a inclusão do nome do advogado  na difusão vermelha da Interpol, que permitiria que Edson fosse preso em fronteiras ou no exterior.


Ribeiro chegou a ser localizado nos Estados Unidos na quarta, mas não foi detido porque era aguardada a decisão do Supremo sobre a inclusão do nome na lista.


Edson Ribeiro é suspeito de ter atuado para ajudar o senador Delcidio do Amaral, líder do governo no Senado, a tentar prejudicar acordo de delação premiada entre Cerveró e o Ministério Público Federal. Ou, caso o acordo fosse firmado, impedir que o ex-diretor citasse o nome do parlamentar e do empresário André Esteves, que foram presos nesta quarta.


Relatório da PGR


O pedido de prisão do advogado consta em um o relatório da Procuradoria Geral da República, que também solicitou a prisão do senador Delcídio do Amaral e de Esteves.


Em diversos trechos, o documento aponta supostas tentativas de Delcídio de “embaraçar as investigações”. Fala em “atuação concreta e intensa” do senador e do banqueiro para evitar a delação premiada de Nestor Cerveró, “conduta obstrutiva” e “tentativa de interferência política em investigações judiciais”. A PGR afirma que os R$ 50 mil mensais prometidos a Nestor Cerveró seriam repassados à  família do ex-diretor mediante um “acordo dissimulado” entre o advogado Edson Ribeiro e o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves.


Ainda conforme o relatório da PGR, parte dos valores prometidos a Cerveró seria repassada a partir de honorários advocatícios pagos por André Esteves, ao advogado Edson Ribeiro.


O senador Delcídio do Amaral  também teria prometido a Ribeiro, segundo o documento da PGR, mais R$ 4 milhões em honorários advocatícios.


O relatório foi baseado em gravações realizadas por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, de duas reuniões recentes – realizadas nos dias 4 e 19 de novembro – com a participação de Delcídio Amaral e André Esteves.

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