Vantuil: economia cresce sem redução do direito do trabalhador
O surpreendente crescimento de 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano ? o melhor resultado da economia brasileira desde 1996 ? é uma prova de que não há necessidade de se reduzir os direitos trabalhistas para que a economia apresente bons resultados.
O surpreendente crescimento de 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano ? o melhor resultado da economia brasileira desde 1996 ? é uma prova de que não há necessidade de se reduzir os direitos trabalhistas para que a economia apresente bons resultados. A avaliação é do presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Vantuil Abdala.
?Estamos comprovando que a retomada do crescimento da economia no Brasil está ocorrendo sem a redução dos direitos do trabalhador?, afirmou. Ele observou que a flexibilização da legislação trabalhista não ajudou a economia de diversos países. ?Ao contrário, prejudicou muitas nações?. Vantuil Abdala citou o caso da Espanha, país no qual a flexibilização da legislação foi radical. Os trabalhadores não tinham emprego e o consumo ficou estagnado. ?O próprio poder econômico tomou a iniciativa de retroagir na flexibilização?, disse.
Vantuil Abdala sustenta que deve haver resistência no País contra a idéia da prevalência do econômico sobre o social a qualquer custo. O presidente do TST lembra que essas resistências levaram o governo de Luiz Inácio Lula da Silva a retirar do Congresso o projeto de lei que precarizava vários direitos dos trabalhadores. A proposta foi enviada pelo governo anterior. A reforma trabalhista deverá ser enviada em 2005 ao Congresso, depois de um amplo debate de toda a sociedade.
A retomada do crescimento econômico, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), surpreendeu os analistas. O consumo das famílias cresceu 3,1% no primeiro semestre (o melhor desempenho desde 2001). Segundo técnicos do IBGE, o dado reflete melhores condições de crédito e a recuperação da renda e do emprego.