Tribunal russo autoriza liberação de ativista brasileira do Greenpeace mediante fiança
Governo brasileiro tem feito pressão para encontrar desfecho no caso
A Justiça russa concedeu liberdade mediante pagamento de fiança nesta terça-feira (19) à ativista brasileira do Greenpeace Ana Paula Maciel, presa em São Petersburgo com 30 companheiros por ter realizado um protesto no Ártico.
O tribunal de São Petersburgo que cuida do caso do "Arctic Sunrise", o navio com o qual o Greenpeace organizou o protesto, impôs à jovem brasileira uma fiança de 2 milhões de rublos (cerca de R$ 139 mil). Ela é a primeira estrangeira, entre os 30 detidos, que poderá sair mediante pagamento. Ana Paula precisará, no entanto, ficar no país até o final do processo.
O governo brasileiro vem fazendo pressão para um desfecho no caso da brasileira. Nesta quarta-feira (20), o chanceler Luiz Alberto Figueiredo chega a Moscou e se encontra com Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia. Além de discussões sobre política e economia, está na agenda a prisão de Ana Paula.
Russos
Na segunda (18), três russos (um fotógrafo, a médica da embarcação e o porta-voz do Greenpeace Rússia) foram autorizados a sair após fiança. O mesmo tribunal, no entanto, prolongou até fevereiro a custódia de um australiano.
A Justiça russa tem até 24 de novembro para prolongar a custódia dos detidos, que é quando expira a detenção preventiva ordenada em setembro pelo tribunal do porto de Murmansk. Nessa cidade ártica, os ecologistas estiveram presos até 12 de novembro, quando foram transferidos a São Petersburgo.
Na sexta-feira, o CI (Comitê de Instrução) da Rússia antecipou sua intenção de prolongar a medida cautelar contra os tripulantes da embarcação, que são acusados de vandalismo por tentar invadir uma plataforma flutuante do consórcio russo Gazprom.