Texto final do Estatuto da Igualdade Racial deve ser votado pelo Senado na próxima semana

Após sete anos de tramitação no Congresso Nacional, o Senado poderá aprovar definitivamente, na próxima semana, o Estatuto da Igualdade Racial.

Fonte: Agência Senado

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Após sete anos de tramitação no Congresso Nacional, o Senado poderá aprovar definitivamente, na próxima semana, o Estatuto da Igualdade Racial. O projeto de lei (PLS 213/03) do senador Paulo Paim (PT-RS) que combate a discriminação, garante igualdade de oportunidades e resguarda os direitos étnico-raciais da população negra será o primeiro item de pauta de votações da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na próxima quarta-feira (16). Requerimento de urgência deverá ser apresentado para que a proposta seja votada pelo Plenário do Senado nesse mesmo dia. O PLS 213/03 foi alvo de diversas modificações no Senado e na Câmara dos Deputados e se - na avaliação do Paim - não é o projeto ideal, pelo menos retrata 90% dos anseios das organizações do movimento negro brasileiro. O ministro da Igualdade Racial, Elói Ferreira de Araújo, também reconhece que a proposta em análise na CCJ reflete o melhor entendimento possível em torno do assunto. O acerto para apressar a votação do Estatuto da Igualdade Racial foi feito, nesta quarta-feira (9), entre o ministro e os senadores Paim e Demóstenes Torres (DEM-GO), este presidente da Comissão de Justiça e relator da matéria.

Demóstenes recomenda, no relatório, a aprovação do substitutivo da Câmara ao PLS 213/03 com a rejeição integral de quatro artigos e a incorporação de 11 emendas de redação. As mudanças começam pela ementa do estatuto, de onde é retirada a referência à Lei Eleitoral (Lei nº 9.504/97) e ao Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848/40).

A medida já elimina do substitutivo dois dos quatro artigos rejeitados integralmente. O primeiro deles acrescentava à Lei Eleitoral a exigência de reserva de 10% das vagas de cada partido ou coligação para candidatos representantes da população negra. O segundo modificava o Código Penal dispensando a exigência de representação do ofendido para processamento de crimes contra a honra (injúria, calúnia ou difamação) praticados contra funcionário público em razão de suas funções.

O relator também defendeu a retirada do artigo que estabelecia políticas nacionais de saúde específicas para os negros. E justificou sua decisão, no parecer, afirmando tratar-se de um equívoco usar o conceito de raça para indicar a predisposição a certas doenças.

"Trata-se de posição ultrapassada que foi derrubada pelas descobertas recentes da genética. Mesmo doenças ditas raciais, como a anemia falciforme, decorrem de estratégias evolucionárias de populações expostas a agentes infecciosos específicos. Nada tem a ver com a cor da pele", sustentou.

O último dispositivo suprimido integralmente possibilitava ao poder público conceder incentivos fiscais às empresas com mais de 20 empregados que mantivessem uma cota mínima de 20% de trabalhadores negros. No entendimento de Demóstenes, esse benefício poderia estimular a demissão de trabalhadores brancos, "muitos dos quais, pobres".

Ao fazer uma análise geral do substitutivo da Câmara ao PLS 213/03, entretanto, Demóstenes classificou as mudanças agregadas ao texto original como "relevantes e adequadas", incorporando a evolução ocorrida nos debates travados pela sociedade no Congresso.

PLS 213/03

Palavras-chave: estatuto da igualdade

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5 Comentários

LAURO FARIA MATOS JUNIOR Delegado Geral de Polícia12/06/2010 0:22 Responder

MAS QUE PALHAÇADA ESTA PAPAGAIADA DE IGUALDADE RACIAL...TODOS SOMOS IGUAIS PERANTE A LEI E FIM ! SE ALGUÉM SE SENTE DISCRIMINADO, O PROBLEMA É DELE; EU, PESSOALMENTE, TENHO VÁRIOS AMIGOS NEGROS COM OS QUAIS CONVIVO, E ATÉ ELES AFIRMAM QUE OS NEGROS DISCRIMINAM MAIS QUE OS BRANCOS OU OUTRAS RAÇAS. NÃO PRECISA DE LEI PARA ISTO, SEJA VOCÊ MESMO !

SEBASTIAO DINIZ ADVOGADO/ADMINISTRADOR/MILITAR12/06/2010 9:31 Responder

É apenas mais uma revolução social. É uma vingança repremida, de pouquinho a pouquinho perderemos a paz social. É uma maneira dos negros superar os brancos sem derramamento de sangue. É uma boa estrategia. Entretanto, devemos nos submeter a essa evolução social, pois não há outra maneira. Viva o anarquismo! Viva a Democracia! Ela tudo permite. Esperemos o Inferno preconizado de Dantes.

Gilberto E. Lenhardt Advogado12/06/2010 12:29 Responder

Temos que dar um VIVA! a projetos racistas como este. Nós, brasileiros, ainda temos muito a aprender com relação a eleger "pulíticos" que acabam por criar leis autenticamente racistas como esta. O Sr. Paulo Paim realmente demonstra todo o seu verdadeiro âmago beligerante ao criar uma lei como esta... Ele deve ter sofrido algum trauma quando criança em relação a cor das pessoas.

gilza advogada14/06/2010 9:03 Responder

Concordo com os colegas, se aprópria constiruição já estabelece: " todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza", inteiramente desnecessário que se invente algo mais. São perda de tempo e do dinheiro do contribuinte. Nossos políticos, talvez por falta do que fazer, além de dinheiro de sobra, brincam e nós sofremos. É o fim.

gilza advogada14/06/2010 9:04 Responder

Concordo com os colegas, se aprópria constiruição já estabelece: " todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza", inteiramente desnecessário que se invente algo mais. São perda de tempo e do dinheiro do contribuinte. Nossos políticos, talvez por falta do que fazer, além de dinheiro de sobra, brincam e nós sofremos. É o fim.

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