STF decidirá nesta quarta-feira se suspende envio à Câmara da denúncia contra Michel Temer

Defesa de Temer pediu para denúncia ser enviada somente após apuração sobre suposta omissão na delação da J&F. Temer foi denunciado por 2 crimes; STF só analisará caso se Câmara autorizar.

Fonte: G1

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Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se reunirão nesta quarta-feira (20) para decidir se suspendem o envio, à Câmara dos Deputados, da nova denúncia contra o presidente Michel Temer. A sessão está marcada para as 14h.


A acusação foi apresentada na semana passada pela Procuradoria Geral da República (PGR) e aponta Temer como líder de organização criminosa formada por políticos do PMDB da Câmara. O presidente também é acusado de obstrução de Justiça nas investigações da Operação Lava Jato.


A Constituição determina que a denúncia deve ser encaminhada à Câmara, a quem cabe autorizar, por no mínimo 2/3 dos deputados, a análise da acusação pelo STF.


A defesa de Temer, no entanto, quer que, antes de remeter a denúncia à Câmara, o STF aguarde o fim das investigações sobre suposta omissão de executivos da J&F nas delações premiadas.


O assunto começou a ser analisado no plenário da Corte na semana passada, mas só houve tempo para manifestação da defesa e da PGR.


Provas entregues pelos delatores da J&F integram a acusação contra Temer. A defesa diz que não são válidas, pela suspeita de que os delatores da J&F foram orientados pelo ex-procurador da República Marcelo Miller quando ele ainda trabalhava na PGR.


Para uma decisão sobre a suspensão da denúncia, deverão se manifestar os 11 ministros do STF. O primeiro a votar será Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte.


Na semana passada, nove ministros que participaram da sessão negaram outro pedido de Temer, para afastar o ex-procurador-geral Rodrigo Janot das investigações e anular os atos dele, Janot, no caso.


Devolução da denúncia


A defesa do presidente Michel Temer também havia pedido ao STF que devolvesse à PGR a nova denúncia.


Os advogados de Temer argumentaram que, ao denunciá-lo, a Procuradoria Geral citou fatos anteriores ao mandato, e a Constituição veda investigações sobre o presidente da República em relação a casos ocorridos fora do exercício das funções.


Ao analisar o caso, o ministro Edson Fachin negou devolver a denúncia à PGR.


Segundo o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, a estratégia da defesa de Temer tem preocupado os articuladores políticos do Palácio do Planalto. A avaliação deles é que os diversos questionamentos atrasam a análise da denúncia e, com isso, o presidente fica exposto "por muito tempo".

Palavras-chave: Operação Lava Jato Obstrução de Justiça Denúncia PGR STF Câmara dos Deputados CF

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