Shoppings vão fechar quando houver 'rolezinhos', diz associação de lojistas
Representantes de shoppings manifestaram preocupação que os atos não se misturem aos protestos contra a Copa
O presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, afirmou nesta quarta-feira que os shoppings vão continuar fechando as portas quando houver convocações para os "rolezinhos". Sahyoun reuniu-se nesta quarta-feira com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, para tratar do assunto. Na reunião, governo e lojistas demonstraram preocupação que os encontros degenerem em protestos durante a Copa do Mundo.
“Nós estamos preocupados em ter uma Copa com muita paz, tranquila. A gente sabe que tem gente infiltrada para tentar criar problemas com a Copa do Mundo. Todo mundo pode fazer uma reivindicação sobre os problemas do Brasil. O que estamos preocupados é com pessoas com intenções de criar a quebradeira, a bagunça”, disse o presidente da Alshop. O governo deve se reunir novamente com lojistas em fevereiro.
“A questão do fechamento é muito clara: quando se tem convocação, é peciso tomar a atitude [de baixar as portas] para evitar qualquer tipo de constrangimento. Se continuar tendo convocação [de rolezinhos], os shoppings vão continuar fechando”, afirmou Sahyoun.
O representante dos lojistas disse que os shoppings estão de portas abertas para receber grupos de jovens em busca de confraternização e encontros. Mas sem baderna: “Esses adolescentes estarão com as portas abertas para uma confraternização pontual, mas não para entrar com um rádio, para fazer a festa do beijo ou um evento que possa trazer preocupação para pessoas que estão lá dentro”.
A medida, porém, é vista com ressalvas. O fechamento dos centros de compras pode servir de estímulo para que mais encontros como esses sejam agendados, segundo o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah. “Achamos que houve precipitação no fechamento dos shoppings e prejudicou os trabalhadores que deixaram de ganhar a comissão. Não podemos segregar ou impedir, temos de ter a capacidade de compreender essas manifestações”, afirmou. “Todo movimento onde há precipitação, não há dúvidas de que vão forçar para que aconteça de novo.”