Procurador defende o trabalho de promotores no caso Celso Daniel
Os deputados chamaram os promotores de "levianos, mentirosos e insensíveis".
O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Rodrigo Pinho, saiu ontem em defesa dos promotores de Santo André, cujo trabalho de investigação sobre a morte do prefeito Celso Daniel foi duramente criticado em ato suprapartidário realizado na Assembléia Legislativa.
"Os deputados não tiveram informação adequada sobre o trabalho dos promotores. Eles não violaram direitos constitucionais e contam com todo o apoio da instituição", afirmou Pinho.
No ato realizado anteontem, os deputados se disseram indignados com a quebra do sigilo telefônico de Donisete Braga (PT) sem autorização do Tribunal de Justiça --prerrogativa legal para parlamentares. Foi com base nessa quebra que os promotores José Reinaldo Carneiro, Amaro Thomé Filho e Roberto Wider apresentaram as supostas provas que ligam Braga à morte de Daniel.
Os deputados chamaram os promotores de "levianos, mentirosos e insensíveis".
"A Promotoria chegou ao telefone do deputado a partir da quebra do sigilo telefônico de Sérgio Gomes da Silva [principal suspeito de ser o mandante do crime]. Foi uma quebra numérica. O único dado que eles dispunham era o número do celular", disse Pinho.
José Carlos Cosenzo, vice-presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público e presidente da Associação Paulista do Ministério Público, disse que irá fazer uma "defesa intransigente" dos promotores.
"Donisete Braga informou incorretamente os colegas sobre o caso. Pois, se alguém levantou suspeição sobre ele [Braga], foi ele próprio", disse Cosenzo.
O líder do PT na Assembléia, Cândido Vaccarezza encaminhou à presidência da Casa ofício contra o Ministério Público paulista. O documento será enviado à Procuradoria Geral.