Prefeitura mantém alvará de laboratório de onde beagles foram retirados

Ativistas questionam autencidade da ação

Fonte: O Globo

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A prefeitura de São Roque (SP) resolveu nesta quinta-feira, após uma inspeção técnica, manter o alvará de funcionamento do Instituto Royal, de onde 178 cães da raça Beagle foram retirados na última sexta-feira, dia 18. A inspeção foi realizada durante duas horas, com o objetivo de avaliar se o local ainda tinha condições de funcionar após a invasão de ativistas.


As instalações foram analisadas por uma comissão formada pelo prefeito da cidade, Daniel de Oliveira Costa (PMDB), advogados e fiscais do departamento de Planejamento e Meio Ambiente. Após a avaliação, a comissão informou que as condições estruturais do prédio foram consideradas boas. Por isso, o alvará para o funcionamento do laboratório está mantido.


— Seria uma irresponsabilidade cassar o alvará agora porque ainda existem ratos e hamsters lá dentro que estão sendo tratados pelos funcionários. Pelo que vimos, estes animais são muito bem tratados. A estrutura física do local está em perfeitas condições — disse o prefeito de São Roque, que mais cedo havia dito que o alvará do laboratório poderia ser cassado.


Enquanto a avaliação era feita, um grupo de cerca de 10 ativistas, segundo o G1, aguardava no portão do Instituto Royal; a imprensa e os ativistas não foram autorizados a entrar.


A comissão também visitou o porão do laboratório, que os ativistas dizem ter sido usado para sacrificar os cães usados como cobaias nos testes. Segundo a comissão, não há indícios de prática de maus-tratos no local.


Os ativistas deixaram a sede do Instituto Royal logo após a divulgação do resultado da inspeção, na tarde desta terça-feira. Viaturas da Polícia Militar, no entanto, foram mantidas no local.


Segundo relatou um ativista ao GLOBO, a inspeção não passou de uma armação.


— Não entendemos o porque de uma avaliação uma semana depois do ocorrido, Só hoje vários carros de limpeza entraram e saíram do instituto — disse o ativista.


A prefeitura já havia tentado entrar no instituto duas vezes e fora impedida por seguranças da empresa — somente nesta quinta-feira a autorização foi realizada. Funcionários e advogados do instituto acompanharam a comissão.


Na sexta-feira, os integrantes da Comissão Externa da Câmara dos Deputados criada para apurar supostos maus-tratos a animais vão visitar São Roque, onde devem se encontrar com autoridades e ativistas. Funcionários do Instituto Royal também devem estar presentes e serão pressionados pelos deputados a detalhar suas pesquisas científicas.


Segundo a prefeitura da cidade, até o momento, quatro cães, dos 178 retirados do local por ativistas, foram localizados perdidos pela cidade. Na quarta-feira, um cão foi encontrado na fronteira entre as cidades de São Roque e Mairinque. Ele foi encaminhado ao Centro de Zoonoses do município, onde deverá passar por exames.


A Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse que identificou, inclusive por meio de redes sociais, 20 pessoas que teriam ligação com a retirada dos beagles. Sete delas, todas da região de São Roque, foram chamadas para prestar depoimento. As demais devem ser ouvidas por carta precatória.


A SSP informou que ainda não há data para depoimento de funcionários do Instituto Royal e disse que uma advogada de São Roque, além do deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP), foi nomeada fiel depositária de dois animais, que passarão por avaliação veterinária. Os laudos com os resultados serão anexados ao inquérito policial aberto para apurar o caso. Além disso, um pen drive com supostas imagens de testes nos beagles dentro do instituto foi apreendido pela polícia e será periciado.

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