Prefeita de cidade na Paraíba corta o próprio salário para economizar

Município de Monteiro não entrou no Fundo de Participação da União. Dívidas foram renegociadas para que obras da cidade não parassem.

Fonte: G1

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Município de Monteiro não entrou no Fundo de Participação da União. Dívidas foram renegociadas para que obras da cidade não parassem.

Uma cidade no interior da Paraíba aperta o cinto e até a prefeita corta o próprio salário para engordar o orçamento.

O açougueiro João Tomé Ferreira sabe quando a situação está difícil. A carne entra no primeiro corte: ?quem comprava três quilos passa a compra um, dois?, diz.

São medidas para ajustar as contas no orçamento familiar. "Eu faço economia, diminuo alguns produtos da feira. Nos gastos dos bichos que eu crio, se for comprar dez sacos de farelo, a crise me apertou, eu compro cinco", explica o aposentado Inaldo Ferreira.

É economia doméstica simples, mas reorganizar a casa com menos dinheiro tem sido um problema para muitas prefeituras. Principalmente as que dependem de repasse da União para se manter. O Fundo de Participação dos Municípios diminuiu 15% em relação ao ano passado.

Em cidades como Monteiro, na Paraíba, que tem o recurso como principal fonte de renda, a notícia serve como um alerta: é preciso se adequar à realidade e continuar cortando gastos.

Como outras 300 cidades, Monteiro ficou fora do aporte extra.

De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios, foi atingida pelos critérios de compensação da Medida Provisória 462. Teve o repasse diminuído mesmo com aumento na população.

Na cidade de 30 mil habitantes, a 300 km de João Pessoa, há dois meses os servidores reduziram a jornada de trabalho de seis para quatro horas por dia. E cortou-se o que fosse possível. ?Pediram para eu economizar porque eu gasto muita água na parte da manhã?, afirma o jardineiro, André Pena. As dívidas foram renegociadas para que as obras não parassem.

Numa medida extrema, que a prefeita, Edna Henrique, jura não ser demagógica, ela resolveu suspender, por tempo indeterminado, o próprio salário, o do vice e dos sete secretários. Uma economia mensal de R$ 55 mil.

?É um suspense para todos os prefeitos o aguardo dessa parcela do FPM. Então para que não viesse surpresas, que a gente não tivesse como cobrir, nós já buscamos essa solução?, explica a prefeita.

Na quarta-feira (30) o Congresso aprovou a liberação de R$ 1 bilhão para os municípios, mas o primeiro escalão de Monteiro vai continuar sem salário. A cidade ficou fora da nova linha de crédito por não atender aos critérios do repasse, junto com outros 319 municípios.

Palavras-chave: prefeita

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