Policial federal é condenado por improbidade administrativa
Procuradoria comprovou que o servidor colaborava com quadrilha ligada à exploração ilegal de bingos e caça-níqueis
A Advocacia-Geral da União (AGU) garantiu, na Justiça, a condenação de escrivão da Polícia Federal por ato de improbidade administrativa. Os advogados comprovaram que o servidor colaborava com quadrilha ligada à exploração ilegal de bingos e caça-níqueis no Rio Grande do Sul (RS), fornecendo informações sigilosas. As condutas foram flagradas na Operação Oitava Praga.
Além de revelar informações obtidas em função do cargo que ocupava, o escrivão praticou outras condutas enquadradas no artigo 11 da Lei nº 8.429/92 (Lei da Improbidade Administrativa). Dentre os atos, os advogados ressaltaram que o servidor utilizava viatura da Polícia Federal para fins particulares, se beneficiava da condição de policial, além de outras que comprometiam a sua função.
Segundo os advogados, em virtude dessas condutas, o servidor teve cassada sua aposentadoria em processo administrativo em 2011 e respondeu a ação penal resultante do inquérito policial instaurado a partir da realização da Operação Oitava Praga. Os advogados embasaram a ação de improbidade nas provas que instruíram os processos, como escutas telefônicas e testemunhos, a fim de penalizar o servidor pela conduta ilícita.
Diante dos fatos demonstrados pela AGU, a 2ª Vara Federal de Porto Alegre julgou procedente o pedido. "Está comprovada a prática dos atos de improbidade administrativa violadores dos princípios da Administração Pública pelo então policial federal - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência, e revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições".
Em um primeiro momento, a magistrada condenou o servidor às penas de suspensão dos direitos políticos pelo prazo de quatro anos e multa civil equivalente a cinco vezes a remuneração que recebia, uma vez que sua aposentadoria já estava cassada.