Polícia prende suspeito de fraudar Bolsa-Família em Sergipe
A Polícia Civil de Boquim (SE) prendeu ontem Genivaldo Mendonça de Jesus, 35, suspeito de fraudar o programa do governo federal Bolsa-Família.
A Polícia Civil de Boquim (SE) prendeu ontem Genivaldo Mendonça de Jesus, 35, suspeito de fraudar o programa do governo federal Bolsa-Família. Ele é acusado de ficar com cerca de R$ 5 mil por mês do benefício.
De acordo com o promotor de Justiça responsável pelas investigações, Eduardo Franklin Miranda de Oliveira, Genivaldo --que estava lotado na Secretaria de Assistência Social de Boquim-- ficava com uma parte dos recursos dos beneficiários.
A Polícia fez uma busca na casa de Genivaldo e encontrou diversos documentos dos beneficiários dos programas, como recibos, comprovantes, cartões de abertura de contas na Caixa Econômica Federal e cheques.
Ele foi preso por estelionato. O interrogatório do acusado está marcado para a próxima quinta-feira. Há suspeita de que funcionários do segundo escalão da prefeitura de Boquim e da Caixa Econômica Federal de Estância também participem do esquema.
Procurados pela Folha Online, os advogados de Genivaldo não foram localizados em seus escritórios. A assessoria do Ministério do Desenvolvimento disse que ainda não tem informações sobre o caso.
Trabalho
Franklin disse que Genivaldo ia de ônibus com os beneficiários do programa até a Caixa Econômica Federal de Estância (SE), onde sugeria a cada um deles uma senha, para que pudesse receber os recursos.
A senha sugerida era composta pelos quatro últimos números do cartão acrescidos de dois zeros. Genivaldo recebia a verba e entregava aos beneficiários apenas uma parte, ficando com o restante.
O promotor afirma também que está investigando o cadastramento, em Boquim, de beneficiários do programa que não preenchem os requisitos legais, como professores, funcionários públicos, comerciantes e proprietários rurais.
Ele começou a investigar os casos por meio de denúncias de famílias que, embora preenchessem os requisitos, não recebiam o benefício, enquanto outras pessoas recebem sem que preenchessem os requisitos.
Franklin chegou a ir à rádio da cidade solicitar aos beneficiários que não poderiam receber os recursos que devolvessem o cartão do programa. Das 1.407 famílias que, segundo ele, recebem o benefício na cidade, cerca de 50 devolveram o cartão após o apelo.