Polícia investiga jovem suspeito de divulgar vídeo de sexo de amante

Crime pode ser enquadrado na Lei Maria da Penha

Fonte: G1 Notícias

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A Polícia Civil de Goiás investiga um jovem de 22 anos, suspeito de propagar vários vídeos com conteúdo sexual por meio de um aplicativo de mensagens de celular. Nos vídeos é possível ver uma mulher em atos sexuais. O caso ganhou repercussão e virou meme [termo usado para frases, imagens e vídeos que se disseminam na internet de forma viral] nas redes sociais. De acordo com a delegada Ana Elisa Gomes Martins, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), a jovem de 19 anos que aparece nas imagens registrou um boletim de ocorrência.


As gravações se propagaram rapidamente pelo aplicativo de celular. Em um dos vídeos, a jovem aparece fazendo um sinal de 'OK'. O símbolo virou piada nas redes, com montagens de políticos. Fotos de celebridades fazendo o sinal de OK também começaram a ser usadas pelos internautas. No entanto, as imagens teriam sido tiradas antes da polêmica do vídeo e não se referem ao caso.


Esta semana, a polícia começou a investigar o caso. A delegada apurou que os vídeos foram feitos neste ano, quando o rapaz, que é casado, mantinha um relacionamento extraconjugal com a garota. Ambos residem em Goiânia. Em depoimento, a vítima afirmou que sempre soube que estava na condição de amante e que consentiu em fazer os vídeos depois que o companheiro garantiu que eles seriam guardados em uma pasta oculta no celular, que só poderia ser acessada com senha.


“Não tem como não dizer que ela não sabia. Ela permitiu e eles gostavam disso. Ela tinha um sentimento por ele. Em um relacionamento onde as pessoas são adultas ela tem condições de decidir o que vai fazer ou não”, afirma Martins.


De acordo com a delegada, o relacionamento durou pelo menos três anos. Neste período, a jovem chegou a engravidar. Foi cogitada a hipótese de que a criança seria do rapaz, mas segundo a vítima informou à polícia, ele não é o pai.


O G1 entrou em contato com o suspeito, mas ele negou que seja o autor dos vídeos e da divulgação. A delegada afirma que ele será intimado a comparecer à delegacia para prestar depoimento, mas ainda não foi estabelecida uma data.


Para Ana Elisa Martins, os vídeos vazaram depois que foram apresentados a amigos do autor das imagens. “Ele passou para amigos e conhecidos via WhatsApp [aplicativo para envio de mensagens via celular] e aí alastrou como um vírus”, acredita.


Crime


De acordo com a delegada, o crime é caracterizado como difamação com base na Lei Maria da Penha porque existiu uma relação de afeto entre vítima e autor. Se for condenado, o suspeito pode pegar pena de 3 meses a 1 ano.


Ana Elisa Martins explica que o caso não se aplica à Lei 12.737/12, conhecida como ‘Lei Carolina Dieckmann’, em referência à atriz que teve fotos nuas divulgadas na web. “Não cabe porque esta lei é para casos em que o material foi roubado. No caso, os vídeos eram dele, nada foi subtraído dele”.


Os boatos a respeito dos autores das filmagens diziam até mesmo que a jovem teria suicidado, o que foi desmentido pela delegada. Além disso, Ana Elisa Martins confirma que a vítima não foi demitida do local onde trabalha, uma loja de roupas femininas, mas se afastou temporariamente.

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