SALVADOR. O caseiro Bernardino do Espírito Santo Filho, acusado da morte da universitária Maria Cláudia de Siqueira Del Isola, em Brasília, poderia ter sido preso na tarde do último domingo se o táxi usado por ele na fuga para a Bahia tivesse sido vistoriado pela Polícia Militar, na saída da capital federal. A medida, determinada por uma lei local, foi negligenciada pelos policiais de plantão. Como conheciam o taxista Willibaldo Souza Bento, os PMs deixaram que ele seguisse viagem sem revista.

A informação foi prestada pelo próprio taxista ao ser interrogado pela polícia baiana, depois de ser interceptado na cidade de Itaberaba, a 276 km de Salvador, ao retornar para Brasília: 

Como sou conhecido, os policiais me liberaram.

Para fazer a viagem, Willibaldo recebeu de Bernardino a quantia de R$ 1.700. Segundo revelou, o caseiro chegou no ponto de táxi trazido por outro taxista, que provavelmente não quis fazer a viagem. Segundo o motorista, Bernardino pouco falou no trajeto: 

Nem imaginava que se tratava de um criminoso.

A Polícia Civil do DF enviou agentes de várias unidades para tentar prender, Bernardino na Bahia. A polícia baiana também está envolvida nas buscas.

Na cidade baiana, o acusado se hospedou por um breve período em um hotel pequeno no centro de Feira de Santana. Quando inspetores da Polícia Rodoviária Federal chegaram ao local, avisados por inspetores de Brasília, ele já havia fugido.

Após rastrear ligações telefônicas do caseiro, a polícia descobriu que ele tem dois amigos naquele município, que negaram terem sido contatados por Bernardino.

O delegado de Furtos e Roubos de Feira, Renato Ribeiro, considera que a prisão de Bernardino é uma questão de horas, tendo em vista ele já estar sem dinheiro. Dois R$ 2 mil roubados dos antigos patrões, lhe restavam pouco menos de R$ 300.