André Marques ^{( * )}

Conforme divulgado em nota pelo Banco Central, que anuncia a conclusão da "análise sobre a indústria de cartões de pagamentos no Brasil", os brasileiros possuem R$ 26,5 bilhões em dívidas acumuladas nos cartões de crédito e inadimplência chega a 28,3%. Sendo o dinheiro plástico a inadimplência há bastante tempo, além de ser a mais alta de todo sistema financeiro. Para se ter uma ideia, as transações com o dinheiro plástico no crédito rotativo e parcelamento possuíam atraso superior a 90 dias em conformidade da nota divulgada pelo BC.

No Brasil são mais de 100 milhões de cartões de crédito ativos, e considerando a média de três cartões por consumidor, concluímos que entre 40 a 50 milhões de consumidores utilizam desse meio para suas transações realizadas.

A opção pelo dinheiro plástico é em decorrência da facilidade, parcelamento, segurança, onipresença, mas o percentual acima dos 50% dos consumidores utilizam do crédito rotativo "pagamento mínimo". Sendo o presente perigo para seus milhões de consumidores.

Desde o nascimento do Plano Real, as autoridades deste Brasil fecharam os olhos ou não se atentaram para os juros praticados pelas operadoras de cartões de crédito. No cenário atual, a inflação nos quase 4% ao ano, a taxa praticada no crédito rotativo chega até os 12% ao mês. Desta forma a média fica na casa aproximada dos 238% ao ano.

Apesar desta prática extorsionária na aplicação de juros, até o ano de 2007 a inadimplência estava na casa dos 2 a 3% do volume das transações do dinheiro plástico. Ocorre, que nos dias atuais as altíssimas taxas de juros potencializaram os saldos devedores que contabilizam em seus dados apontamento para perdas de aproximado R$ 7,5 bilhões, com atrasos no pagamento acima dos noventa dias. Sendo um indicativo de perda no setor financeiro que deve atingir o recorde de 28,3% do volume transacionado.

Especialistas do assunto já estimaram que mais de 4 milhões de consumidores estejam com seus cartões cancelados em decorrência do valor médio financiado por cartão. E consequentemente, impedidos de realizarem novas transações "comprarem".

No cenário atual, diante das altas taxas de juros, bilhões de reais são perdidos em decorrência da inadimplência os comércios veem desaparecerem milhões de consumidores de seus estabelecimentos, as autoridades competentes para cuidarem da matéria são vítimas do desvio de soluções quando discutem a legalidade de descontos diferenciados para modalidades de compra à vista dinheiro e dinheiro plástico "cartão" .

E mesmo sabendo que o comércio de uma forma geral sabendo que o sinal acesso é amarelo, acredita em um Natal melhor neste final de ano.

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Notas:

* André Marques. Advogado inscrito na OAB/Seccional Goiás, consultor, escritor e doutorando em Direito. E-mail: andremarquesadv@hotmail.com. [ Voltar ]