"Não tem reforma ministerial", afirma Dilma após demissão de Cid Gomes

Ministro da Educação pediu demissão após bate-boca com deputados. Presidente afirmou que alterações no primeiro escalão serão 'pontuais'.

Fonte: G1

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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (19) que não fará reforma ministerial em seu governo neste momento. Segundo a presidente, não há "perspectiva" para alterar "nada nem ninguém" e eventuais mudanças serão "pontuais".

Na noite desta quarta (18), o ministro da Educação, Cid Gomes, pediu demissão à presidente após discutir com deputados no plenário da Câmara. Dilma disse a jornalistas que a troca no comando da pasta será feita "o mais rápido possível."

"Vocês [imprensa] estão criando uma reforma no ministério que não existe. São alterações pontuais. Eu estou fazendo uma alteração pontual. [...] Eu não tenho perspectiva de alterar nada nem ninguém, mas as circunstâncias às vezes obrigam você a alterar, como foi no caso do Ministério da Educação. Não tem reforma ministerial", afirmou Dilma.

Questionada sobre se o Ministério da Educação será “devolvido” ao PT ou “entregue” ao PMDB, Dilma respondeu que não incluirá a pasta na divisão partidária do governo, já que, segundo ela, trata-se de um dos ministérios "mais importantes do país".

"O MEC não é dado para ninguém. O MEC é um dos ministérios mais importantes do país porque eu tenho o compromisso de construir um caminho para a educação brasileira dando mais passos do que nós já demos", afirmou.

Dilma voltou a dizer que o Brasil tem “todas as condições” de superar as dificuldades e afirmou que reforma ministerial é uma "panaceia" e não resolverá os problemas do país.

“Não adianta vocês [jornalistas] ficarem perguntando se tem reforma ministerial porque não tem reforma ministerial. Eu não vou fazer. Reforma ministerial é uma panaceia, ou seja, não vai resolver os problemas. O que resolve os problemas nós estamos colocando em prática”, enfatizou.

Demissão

Depois de abandonar o plenário em meio à sessão, Cid Gomes foi ao Palácio do Planalto e pediu demissão à presidente Dilma Rousseff, que aceitou imediatamente. A exoneração de Cid Gomes já foi publicada no Diário Oficial da União.

O pedido ocorreu logo depois de o ministro participar na Câmara dos Deputados de sessão em que declarou que deputados “oportunistas” devem sair do governo.

"A minha declaração na Câmara, é óbvio que cria dificuldades para a base do governo. Portanto, eu não quis criar nenhum constrangimento. Pedi demissão em caráter irrevogável", declarou o ministro.

O Palácio do Planalto informou após a demissão de Cid Gomes que o secretário-executivo da pasta, Luiz Cláudio Costa, comandará o Ministério da Educação interinamente. Costa já foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e foi secretário-executivo do MEC em 2014, quando a pasta era chefiada por Henrique Paim.

Reforma 'pode vir', diz Temer

Nesta quarta-feira, em entrevista ao jornalista Roberto D'Avila na GloboNews, o vice-presidente da República, Michel Temer, disse que uma reforma ministerial é cogitada no governo.

Temer disse que tem conversado sobre o assunto com a presidente Dilma Rousseff, mas ressalvou que uma eventual reforma "não vai responder aos anseios da população".

"Ela [a reforma ministerial] pode vir como, digamos assim, um efeito administrativo. Agora, dizer que uma reforma ministerial vai responder aos anseios da população, não me parece que seja assim", declarou Temer.

A entrevista com Temer foi gravada antes do pedido de demissão do ministro da Educação, Cid Gomes, o que, segundo informou o Blog do Camarotti, pode precipitar uma reforma ministerial.

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