Muçulmana denuncia constrangimento durante exame da OAB por usar véu

Candidata reclama que não havia proibição no edital. Segundo OAB, próximos editais devem levar em consideração o caso

Fonte: IG

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Muçulmana denuncia ter sofrido constrangimento durante prova do XVI Exame de Ordem da OAB por usar véu islâmico durante a primeira fase no último domingo (15). 

Estudante do 9° semestre de Direito, Charlyane Souza é brasileira e seguidora do Islamismo. No domingo, ela conta ter sido interrompida por duas vezes e ter perdido cerca de uma hora da prova, que durava cinco horas, por causa de sua vestimenta, apesar de ter sido revistada pela coordenação antes do início da prova. 

O edital do exame previa a proibição do uso de objetos de chapelaria, como bonés e gorros. Ela, que usa o véu como vestimenta, achou que seria revistada para checarem se ela não portava fones de ouvido ou qualquer instrumento proibido, mas não imaginou os contrangimentos que teve de enfrentar durante a prova.

"Após aproximadamente 40 minutos do início da prova, a coordenadora, que na ocasião representava a FGV, foi até a sala e pediu para que eu a acompanhasse até a Coordenação (novamente). E lá, ela disse que de acordo com o edital eu não poderia realizar o exame usando 'objetos de chapelaria'." A estudante argumenta que o véu é parte de sua vestimenta, tendo em vista que o hijab (véu islâmico) é de uso obrigatório para mulheres muçulmanas em locais públicos.

Charlyane conta ainda que a coordenadora pediu a ela algum documento que comprovasse sua fé religiosa e que a aluna deveria ter comunicado previamente por e-mail a necessidade de atendimento especial. A estudante foi liberada para retomar a prova. 

"Nessas alturas eu já havia me descontrolado emocionalmente", diz, que se sentiu alvo de preconceito. 

A estudante conta que foi interrompida uma segunda vez pelo vice-presidente da comissão do Exame de Ordem, que perguntou se ela se sentiria desconfortável em fazer a prova sem véu. Diante da resposta afirmativa, uma sala individual foi providenciada.

Ela voltou a fazer a prova, mas não teve tempo suplementar por conta das interrupções. 

Mudanças no edital

Em nota divulgada pela Coordenação Nacional do Exame de Ordem, a OAB afirma que serão estudados novos procedimentos em relação ao véu para os próximos editais. 

Claudio Pereira de Souza Neto ratificou que a fiscalização" não pode em hipótese alguma sobrepor a liberdade religiosa dos candidatos". O coordenador disse ainda que, em 16 edições de exame unificado, esta foi a primeira vez que algo similar aconteceu.

Palavras-chave: Exame da OAB Islamismo Muçulmana Constrangimento

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4 Comentários

Rodrigo Schmidt Advogado18/03/2015 19:04 Responder

Sou admirador do Islamismo, mas aquele mais flexível, não este tão radical que OBRIGA mulheres a usarem o Hijab. Esse extremismo só causa prejuízo.

carlos santos autonomo18/03/2015 22:29 Responder

Eu espero SINCERAMENTE que os próximo EXAMES seja pelo MEC e não por esta organização. contamos com VOCÊ Eduardo Cunha!

Helio Jorge Silvino de Lima Bacharel de Direito19/03/2015 11:42 Responder

A OAB não tem mais o que inventar,isto é uma vergonha mostra o despreparo de todos .Eu também espero SINCERAMENTE que os próximo EXAMES seja pelo MEC e não por esta organização. contamos com VOCÊ Eduardo Cunha! O certo mesmo é fim do caça-níquel, que este ano vai chegar a R$ 100 bilhões durante cada ano. Estamos firme com você Eduardo Cunha, fim desta escravidão.

Helena Advogada19/03/2015 23:27 Responder

O Estado brasileiro é laico. Todos podem professar a religião que bem entender, mas daí querer impor seus usos e costumes, vai uma distância muito grande. Se quer viver no Brasil, tem que se adequar aos nossos costumes, caso contrário é uma total inversão de usos e costumes do povo brasileiro e da lei que rege nossas vidas. Se eu fosse uma imigrante em algum dos países muçulmanos, garanto que não teria respeitados minha condição de brasileira que professa uma religião cristã. Seria obrigada, se não quisesse ser presa ou açoitada em plena rua, a usar o tal véu.

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