O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou à Justiça, por homicídio duplamente qualificado, Luis Antonio Guimarães Lima, conhecido como "Nem do Gás", apontado como chefe da milícia na área de Cantagalo, em Campo Grande. A denúncia demonstra a participação do criminoso no assassinato do Policial Militar e rival Jurani Ferreira da Rosa, em 10 de abril de 2011.

De acordo com a denúncia, "Nem do Gás" - atualmente preso - atirou em Jurani. A vítima foi executada por volta de 22h, quando estava com a família em uma festa num sítio localizado na Estrada do Mato Alto, no bairro de Guaratiba. A denúncia foi oferecida no 2º Tribunal do Júri da Comarca da Capital pelo Promotor de Justiça Bruno de Lima Stibich, titular da 27ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos.

Para o MPRJ, o crime foi praticado por motivo torpe (a prática de agiotagem sem a autorização de "Nem do Gás"), e também mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima (tiro pelas costas). O Promotor de Justiça também reforça, na denúncia, a necessidade de manutenção da prisão preventiva do denunciado:

"O crime foi efetuado às escâncaras, na frente de dezenas de pessoas que estavam confraternizando na festa. Isto manifesta que, além de não se importar em ser identificado, o denunciado claramente assumiu o risco de atingir outras pessoas", diz Stibich.

"Nem do Gás" e seu grupo são investigados por outros homicídios e extorsões na região. Em maio, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) denunciou o miliciano por homicídio duplamente qualificado, por participação na execução do rival Alex Sandro Romeiro Lindolfo, o Keti, ocorrida em 4 de março. Keti bebia com amigos em uma lanchonete na Rua Major Bandeira de Melo, em Campo Grande, quando, segundo a denúncia, "Nem" e um comparsa desceram de um automóvel e o mataram a tiros.