MP obtém prisão preventiva de delegado por fraude em sistema de multas em Peruíbe

Delegado e funcionária da Ciretran possuiam esquema de corrupção para exclusão de infrações de trânsito em carteira de habilitação de motoristas

Fonte: MP-SP

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O delegado de polícia Bruno Jacintho de Almeida Júnior foi preso preventivamente na manhã desta segunda-feira (10), depois que foi deferido o pedido de prisão feito pelos promotores de Justiça de Santos que atuam no combate ao crime organizado.  Bruno de Almeida Júnior havia sido denunciado em outubro do ano passado pelo Ministério Público por chefiar um esquema de fraude no sistema de registro de pontuação de multas de trânsito em troca de vantagens pessoais durante o período em que foi diretor da Ciretran de Peruíbe, entre 1º de janeiro de 2009 e 16 de junho de 2010.


Junto com o delegado foi denunciada Cláudia Maria Gavazzi, funcionária da Ciretran, que utilizava a senha pessoal e intransferível de Bruno no sistema eletrônico para transferir para o seu nome a pontuação relativa a motoristas autuados por infrações de trânsito. Em seguida, ela excluía a pontuação, de modo que sua carteira nacional de habilitação não registrava nenhum ponto.


A fraude foi descoberta pela Unidade de Inteligência Policial do DETRAN (Departamento Estadual de Trânsito), que verificou que a fraude era praticada diariamente. Grande parte dos veículos multados e dos condutores beneficiados com a fraude sequer era de Peruíbe e a funcionária denunciada jamais poderia transferir pontos de veículos com origem em outras circunscrições de trânsito. 


Ainda segundo a denúncia, o esquema fraudulento era intermediado por um despachante do litoral e permitiu o recebimento de vantagens indevidas pela por Cláudia Gavazzi e pelo delegado Bruno de Almeida Junior, que tinha conhecimento da utilização irregular de sua senha.


Em operação de busca e apreensão realizada na residência do delegado foram encontrados 17 formulários para a obtenção de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) preenchidos por condutores com CPF de Minas Gerais, cujas habilitações foram expedidas pela Delegacia de Peruíbe e transferidas para o estado do Espírito Santo, além de manuscritos com a movimentação financeira resultado das fraudes.


O Ministério Público comprovou que o delegado adquiriu vários imóveis e casas pré-fabricadas, justamente no período das fraudes, sem que tivesse renda suficiente para isso.  A Justiça decretou a prisão preventiva do delegado depois de analisar os holleriths dele, que mostram renda insuficiente para essas aquisições.


Os dois foram denunciados por formação de quadrilha, falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informações. O MP investiga a participação de outras pessoas na fraude.

Palavras-chave: Denúncia; Multas; Ciretran; Exclusão; Habilitação; Corrupção

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1 Comentários

seu nome sua profissão14/01/2011 14:58 Responder

Se o MP investigasse todos os Delegados de policia e fizesse uma comparação entre salário e patrimônio teria uma surpresa, melhor ainda investigue todos os investigadores de policia comparando salário e patrimônio ficará perplexo com o que irão descobrir.

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