Ministro do STF sugere haver indícios de lavagem de dinheiro nas doações
Há elementos para o Ministério Público iniciar uma investigação
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira, 4, haver elementos para que o Ministério Público inicie uma investigação para apurar o processo de arrecadação de dinheiro para pagamento de multas impostas a condenados no processo do mensalão. "E se for um fenômeno de lavagem? O Ministério Público precisa olhar isso", comentou.
Para Gilmar Mendes, está "tudo muito esquisito". Além da coleta de dinheiro "com grande facilidade", o ministro do STF citou o fato de José Dirceu ter conseguido uma oferta de emprego com salário mensal de R$ 20 mil para trabalhar em um hotel em Brasília, mas sob administração de uma empresa com sede no Panamá. "Seria empregado e empregador?", indagou.
Mendes reforçou que os condenados no mensalão não são presos políticos. "São políticos presos por corrupção. É disso que estamos falando", declarou o ministro.
Inoportuna
Para o coordenador do setorial jurídico do PT, Marco Aurélio Carvalho, organizador das campanhas de arrecadação, a frase de Gilmar Mendes foi inoportuna. Segundo ele, o partido tem as listas com os nomes e valores que serão informados nas declarações de renda de Genoino e Delúbio em 2015.
"Qualquer fala sem base em fatos e documentos é absolutamente inoportuna", disse ele.
Em conversas reservadas, integrantes da direção petistas avaliaram a declaração de Mendes como uma manobra para tentar desestimular a militância do partido a colaborar com o pagamento das multas de José Dirceu e João Paulo Cunha, cujas campanhas de arrecadação estão previstas para começar nas próximas semanas.
Fernando Aristo Advogado06/02/2014 3:11
Quero ver se o ITCMD dessas doações vai ser cobrado...