Ministério Público optou por deixar polícia de fora em investigação sobre o PCC

Instituição não pediu à Justiça autorização para compartilhar informações do inquérito

Fonte: Folha de São Paulo

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Por cerca de três anos o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) obteve, com autorização judicial, provas contra integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). As principais evidências são escutas telefônicas de integrantes do grupo criminoso, muitas vezes feitas de celulares de dentro de cadeias do Estado.  Apesar de colaborarem, as polícias Militar e Civil ficaram de fora das investigações conduzidas pelo (Grupo Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).


Na segunda-feira (14), o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, anunciou que a pasta deverá receber cópias do trabalho dos promotores nesta terça-feira (15). O secretário comentou que isso não foi feito antes, porque “cabia à instituição compartilhar” as provas.


Essa investigação era conduzida pelo Ministério Público. A Secretaria da Segurança Pública, mais intensamente com a Polícia Militar, sempre deu apoio a essa investigação, mas a condução era do Ministério Público. Cabia à instituição compartilhar, no momento devido e que reputasse estrategicamente correto, as provas. Nós sabíamos da existência da investigação, porém, não tínhamos conhecimento do conteúdo dessas investigações. Isso agora que está sendo disponibilizado para nós. Então, agora que será possível tomar as devidas medidas.


ara que a Secretaria da Segurança Pública pudesse ter acesso às provas colhidas pelos promotores, o Ministério Público teria que solicitar à Justiça autorização para que elas fossem compartilhadas. Isso só aconteceu agora, após o Judiciário não aceitar a denúncia contra 175 pessoas, suspeitas de integrar a facção.


Repercussão


A divulgação de algumas gravações telefônicas de conversas de membros do PCC — inclusive mostrando que a facção tem planos de matar o governador Geraldo Alckmin —, não foi motivo para emitir um alerta aos policiais, segundo Grella. Já o comandante da PM, coronel Benedito Roberto Meira, antecipou-se e pediu cautela ao efetivo.


— Eu não posso permitir que o nosso efetivo corra qualquer tipo de risco. Eu, na condição de comandante-geral, fiz um alerta por meio de um áudio. Nós divulgamos por meio dos nossos Centros de Operações da PM, para que todos os policiais militares durante atendimento de ocorrência, durante deslocamento para ocorrências, durante estacionamento de viaturas e também no deslocamento para as suas residências redobrassem sua atenção, ficassem atentos para não serem surpreendidos por qualquer membro de qualquer facção.

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4 Comentários

Ariosvaldo de Gois Costa Homem Defensor Publico Federal aposentado15/10/2013 22:34 Responder

Se as gravações são acobertadas pelo sigilo como a TV Globo tem acesso? Se não teve participação da Polícia só o MP pode estar passando para a TV. Pode o Ministério Público quebrar o sigilo e divulgar para a TV? Está acima da lei? Judiciário mais subserviente que este nunca vi.

Marcia Cota advogada16/10/2013 10:42 Responder

Se o MP não confia na Polícia, como fica o povo?

José Roberto. func. p?blico16/10/2013 11:47 Responder

A verdade é uma só. A criminalidade está impregnada em todas as esferas do Poder, tanto no Legislativo, no Executivo como agora também no Judiciário. Percebe-se que o Ministério Público bandeirante, no intuito de \\\"querer\\\" simplesmente sair na frente, encabeçou, referida investigação que só agora não fora aceita pelo Judiciário. Realmente, para um ser humano de conhecimento mediano, não é nada fácil dizer para nossos descendentes que nossa nação é um país sem leis... Aqui os transgressores das leis são mais respeitados do que os fiscais das leis. Observa-se o que ocorreu em São Paulo no ano de 2012, foram mortos covardemente 106 (cento e seis) policiais militares, e com eles, também foram mortas suas famílias? Alguém duvida??? Mas, além disso, hoje não temos o direito nem de sonhar com dias melhores. Nossas Instituições estão repletas de pessoas ligadas ao PCC de outros tipos de corrupções, e, hoje, pouco vemos pessoas de fibra à frente dos poderes constituídos, a exemplo, não vejo nenhum movimento para endurecimento das leis, como a instituição da prisão perpétua. Hoje, nossas crianças são domesticadas a não terem moral (já não respeitam nem seus professores da tenra idade). Se quisermos, ainda há uma pequena esperança, vamos remover os carrapatos políticos da cúpula do Poder, e colocar alí pessoas dispostas a fazer a diferença. Não sou adépto ao militarismo, mas, na época do governo militar não existia o PCC e nem tantos casos de corrupções e as crianças não traficavam, não roubavam, não usavam crack, e não assassinava membros da própria família como sempre tem ocorrido. Cadê a moral de nosso povo??? Será que somos vivos mortos??? Juntos seremos fortes, faço qualquer coisa para ter um pais melhor!!!

HELLEN Advogada16/10/2013 12:15 Responder

A atitude do Ministério Público, demonstra a falta de confiança na Policia Judiciaria, e com razão, tendo em vista o alto grau de corrupção que está o Brasil. Brilhante atitude, esperamos que o Judiciário possa colaborar com o Ministério Publico nessa investigação, pois quem está a frente de escutas, denúncias, pareceres, são os promotores e não os Juízes. Assim, começamos a acreditar que as coisas podem mudar, e os políticos agora que se cuidem, o Ministério Público está do outro lado da linha.

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