Médicos que retiraram órgãos de menino vivo têm júri adiado

Órgão alegou não ter havido tempo hábil para examinar o processo, volumoso e de natureza complexa, e acrescentou que, devido a uma campanha massiva de propaganda, os jurados não teriam isenção para decidir

Fonte: Terra Notícias

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Marcado para começar nesta quinta-feira (31) no Tribunal do Júri de Poços de Caldas, o julgamento dos três médicos acusados pela retirada irregular de órgãos de um menino de 10 anos em Minas Gerais foi adiado após pedido do Ministério Público. O órgão alegou não ter havido tempo hábil para examinar o processo, volumoso e de natureza complexa, e acrescentou que, devido a uma campanha massiva de propaganda, os jurados não teriam isenção para decidir. O julgamento foi remarcado para outubro.


Durante a sessão, o promotor Sidnei Boccia Pinto de Oliveira Sá pediu a transferência do júri para outra comarca, argumentando que a esfera de influência dos réus é grande e que Poços de Caldas é a maior comarca da região. Ele solicitou que o julgamento ocorra em Belo Horizonte. Boccia sustentou que, por duas semanas, a Associação dos Médicos de Poços de Caldas fez inserções no rádio e na TV, em horário nobre, defendendo a inocência dos réus. “Com isso, seria difícil que eles julgassem com isenção”, declarou, acrescentando que se tratava de abuso de poder político e econômico por parte da entidade, que deveria ser responsabilizada pela não ocorrência do júri neste momento.


Em seguida, o juiz Narciso de Castro examinou e deferiu o pedido de adiamento por três meses proposto pelo promotor Francisco Santiago. Na ocasião, o magistrado remarcou nova data para o julgamento: 9 de outubro, às 8h. Quanto à transferência, ele esclareceu que o pedido deve ser apreciado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.


O caso


Os três médicos foram condenados em fevereiro de 2012 com penas que variam de 14 a 18 anos em regime fechado. Eles responderam pelo crime de remoção de órgãos, com o agravante de a vítima estar viva, resultando em morte. O crime ocorreu em 2000, na cidade de Poços de Caldas, quando Paulo Veronesi Pavesi, 10 anos, estava internado após cair do prédio onde morava. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o menino passou por procedimentos inadequados e teve os seus órgãos removidos para posterior transplante, por meio de diagnóstico forjado de morte encefálica.

Palavras-chave: direito penal retirada irregular de órgãos

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1 Comentários

seu nome sua profiss?o01/08/2014 18:48 Responder

Se demorar muito prescreve o crime e os mesmos são libertados. PIZZA

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