Marido de empresária será indiciado por omitir tortura

Fonte: Cosmo Online

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O engenheiro civil Marco Antônio Calabresi Lima, marido da empresária Sílvia Calabresi Lima, será indiciado na próxima semana por omissão em caso de tortura. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (19) pela delegada Adriana Accorsi, após ouvi-lo no inquérito policial que investiga casos de tortura e cárcere privado na residência do casal.

Sílvia e Antônio são casados há 23 anos. Menina de rua e depois criada num orfanato em Goiânia, ela trocou o sobrenome Caetano de Souza pelo Calabresi Lima do marido. "Eu não tinha conhecimento desse caso", disse à delegada, que há dois dias, com uma equipe de agentes da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) libertou a menina L., de 12 anos, que estava presa por correntes, com parte do corpo suspenso, amordaçada e com um dente quebrado, no andar superior da cobertura do casal.

"Sempre trabalhei fora", disse o engenheiro, que há menos de 30 dias deixou uma construção que tocava em Brasília para retornar à capital goiana. "Jamais esperava isso", disse, em voz baixa. Defendeu a personalidade da mulher: "Ela não tinha desequilíbrio", disse. "Ela sempre foi a comandante, em casa, e não era agressiva", afirmou, após dizer que "muito a amava".

Segundo um tio dele, Jaime Carneiro, o engenheiro trabalhou em São Paulo, Rio e Brasília. Voltou para Goiânia em fevereiro com o objetivo de coordenar uma obra na vizinha Aparecida de Goiânia. "Ele não passava mais que 30 dias em casa", afirmou. "Sabia muito pouco sobre o que ocorria no dia-a-dia da família", diz. Segundo relatos de amigos dele, Antônio é calmo e tranqüilo fala pouco, gosta de silêncio, e tem como especialidade dirigir construções complexas.

Pena

Para a delegada, a ausência e o desconhecimento, mesmo que comprovados, não poderão livrar o marido da empresária de ser preso, se for condenado por omissão, cuja pena prevista é de quatro anos de reclusão. "Para o inquérito, ele (Antônio) não trouxe novidade", afirmou. Para a policial, há fatos inexplicáveis que não foram esclarecidos.

Por exemplo, afirmou, a menina procurou-o há dez dias relatando sobre um dente quebrado - que a polícia descobriu que teria sido a martelada pelas mãos da empresária. "Olha aqui", disse L, para o engenheiro, apontando para a boca aberta e a fratura. "Ela (Sílvia) quebrou o meu dente." Durante o depoimento, o engenheiro disse desconhecer o caso. Mas, em seguida, revelou o diálogo, disse à delegada que sabia estar a menina fora da escola desde agosto. Também sabia que a menina dormia na área de serviço na cobertura em que mora com a mulher, mais a sogra Lourdes, de 82 anos, dois dos três filhos do casal - o mais velho mora em São Paulo -, a empregada Vanice Maria Novais, que foi presa sob acusação de amarrar e torturar a menor, e um bebê da empregada doméstica.

Palavras-chave: tortura

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