Lando reúne-se hoje com servidores para tentar acabar com greve do INSS
Servidores do INSS reivindicam 54% de reajuste.
BRASÍLIA. O ministro da Previdência, Amir Lando, reúne-se hoje com representantes dos servidores do INSS na expectativa de chegar a um acordo que possa pôr fim à greve da categoria iniciada na última terça-feira. Tendo em vista que o INSS é hoje a maior agência prestadora de serviços públicos do país, o governo teme que a paralisação venha a aumentar o grau de insatisfação da população com a administração petista, que este mês está enfrentando uma onda de invasões promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), conflitos entre índios e garimpeiros em Rondônia e problemas na área de segurança pública.
? A paralisação é parcial, mas estamos dispostos a negociar para que a greve seja suspensa e a população brasileira não seja prejudicada ? disse Lando.
Servidores do INSS reivindicam 54% de reajuste
De acordo com o comando de greve, a paralisação teria atingido até agora 14 estados e deverá se estender ainda mais. O Ministério da Previdência informa, porém, que apenas 9,8% das 102 gerências executivas do INSS não teriam funcionado anteontem. Os servidores parados reivindicam um reajuste salarial de 54%. Também pressionam para que o governo mude o termo de adesão que eles dizem ter sido obrigados a assinar para que recebessem um aumento de 47,11% e, em contrapartida, nenhum deles poderia entrar com ações na Justiça por um reajuste maior.
? Não posso me comprometer com qualquer acordo que gere despesas extras. Um reajuste de mais de 50% é algo que caminha para o imponderável ? advertiu o ministro.
De acordo com as informações do Ministério da Previdência, entre as unidades que aderiram à greve na última terça-feira, 26 estavam funcionando parcialmente e outras dez ? Barreiras (BA), Feira de Santana (BA), Itabuna (BA), Salvador (BA), Belém (PA), Curitiba (PR), Duque de Caxias (RJ), Rio Centro (RJ), Canoas (RS), e Porto Alegre (RS) ? totalmente fechadas.
Como foi feriado ontem, todas as as agências ficaram fechadas, mas hoje os segurados devem encontrar novas dificuldades para marcar perícias ou requerer benefícios.
Segundo comando de greve, paralisação total na BA
Já o levantamento feito pelo comando de greve mostrava uma adesão maior ao movimento. Pelo menos na Bahia a paralisação teria sido total. Em São Paulo, Pará e Piauí, chegaria a 60% dos servidores. No Distrito Federal a 90% e 80% no Rio Grande do Norte. Segundo a Federação dos Trabalhadores da Seguridade Social, os demais estados ou ainda não tinham fechado os números ou ainda não tinham aderido totalmente ao movimento, o que deve acontecer até a próxima semana.
De acordo com o Ministério da Previdência, no Rio de Janeiro, das 90 agências de atendimento do INSS, apenas 15 foram fechadas na última terça-feira. A situação ficou mais crítica nas agências ligadas às gerências executivas Sul e Centro. Elas atendem, em média, 800 pessoas por dia.
Entres as agências que não aderiram à paralisação, três atenderam apenas às perícias médicas, caso do Méier, Tijuca e da Praça da Bandeira. Outras cinco agências registraram atendimento precário devido ao reduzido número de funcionários.
No estado de São Paulo, do total de 161 agências, 22 não abriram. Outras sete tiveram funcionamento parcial. As outras 131 agências funcionaram normalmente.