Justiça nega delação premiada a Abadia

Negada delação premiada a Abadia.

Fonte: G1

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Defesa do traficante colombiano alega que ele ajudou a polícia desde o início. Juiz federal também negou pedido de revogação de prisão a outros 7 réus.

A Justiça Federal de São Paulo negou o pedido de delação premiada ao traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, acusado de crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, uso de documentos falsos, corrupção ativa e falsificação de documento público.

Em sua decisão, tomada no dia 22 e divulgada nesta sexta-feira (26), o juiz federal Fausto de Sanctis, da 6ª Vara Criminal, alegou que ?a delação premiada pressupõe o pagamento de indenização ou recuperação do produto do crime, não havendo nenhuma manifestação neste sentido" no caso do colombiano.

De Sanctis também negou o pedido de revogação de prisão de outros sete réus no processo (são 13 no total), entre eles, da mulher de Abadia. A defesa dos acusados sustentou que não havia ?requisitos e pressupostos para a manutenção da prisão cautelar" e ainda que a soltura deles não ?traria qualquer perigo ao convívio social".

O juiz refutou os argumentos apresentados e disse que a prisão preventiva é uma forma de garantir a ordem social e de assegurar a aplicação da lei penal. De acordo com o depoimento dos réus, o traficante colombiano teria R$ 9 milhões em bens. No entanto, com base nas contas bancárias, nos imóveis e bens apreendidos de Abadia, a Justiça estimou a fortuna em R$ 50 milhões.

Prisão

Abadia foi preso no dia 7 de agosto, na mansão dele, avaliada em R$ 2 milhões, na Aldeia da Serra, na Grande São Paulo, durante a Operação Farrapos, da Polícia Federal. No dia 8, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia autorizado o decreto de prisão com fins de extradição. Ele é acusado de mandar matar 15 pessoas nos Estados Unidos e outras 300 na Colômbia. Hoje, o traficante está em um presídio de segurança máxima em Campo Grande (MS).

O colombiano envolveu-se com o tráfico de drogas em 1986 e hoje é apontado como o líder do cartel de drogas no Vale Norte da Colômbia. Em 1996 ele foi preso e cumpriu quatro anos e três meses de detenção pelo envio de 30 toneladas de cocaína para os Estados Unidos.

De acordo com a Justiça, Abadia comandava uma organização criminosa que revendia cocaína na Europa e nos Estados Unidos. O dinheiro angariado na venda era retirado dos EUA por meio do México e de lá, transferido para o Uruguai, país de ramificação com as empresas laranjas do colombiano no Brasil. As empresas de exportação, embarcações e imóveis faziam negócios no Uruguai, tornando lícito o dinheiro da droga.

O colombiano confessou à Polícia que trouxe US$ 16 milhões para viver com conforto no Brasil. Em sua residência na Grande São Paulo, foram encontrados US$ 544 mil, 250 mil euros e R$ 55 mil, que estavam em cofres e em compartimentos sigilosos, como caixas de som. Além de dinheiro, havia jóias e relógios de grife.

Palavras-chave: delação

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