Justiça dobra condenação de dupla por morte de família em Bragança Paulista (SP)
A decisão é da última terça-feira (6), mas foi divulgada nesta quinta pela Promotoria.
A Justiça de São Paulo acolheu recurso do Ministério Público Estadual e elevou para 120 anos de prisão a condenação da dupla acusada de matar quatro pessoas --sendo três da mesma família--- após um assalto em Bragança Paulista (a 83 km a norte de São Paulo), em 2006. A decisão é da última terça-feira (6), mas foi divulgada nesta quinta pela Promotoria.
Luís Fernando Pereira e Joabe Severino Ribeiro já haviam sido condenados em fevereiro do ano passado a 60 anos de prisão, cada um, em regime inicialmente fechado.
A Promotoria, no entanto, recorreu da decisão por considerar a pena branda para os crimes, e o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) dobrou a condenação dos acusados. Apesar da pena, no Brasil, o condenado fica, no máximo, 30 anos na prisão.
A Folha Online ainda não conseguiu localizar a defesa dos réus para comentar a decisão da 2º Vara Criminal da cidade.
O casal Eliane Faria da Silva, 32, e Leandro Donizete de Oliveira, 31, e o filho Vinicius, de 5 anos, morreram em Bragança Paulista depois de serem queimados por assaltantes, em dezembro de 2006. As vítimas foram amarradas e levadas, no carro do casal, até uma estrada, onde o veículo foi incendiado. Luciana Michele Dorta, 27, também morreu.
A ação começou na noite de 10 de dezembro, quando dois criminosos invadiram a casa do casal, fizeram a criança e o marido reféns e obrigaram Eliane --que trabalhava em uma loja no centro da cidade-- a ir até a casa da também funcionária Luciana, onde estava a chave do cofre. Oliveira foi colocado no porta-malas do carro e a criança, no banco de trás.
Depois do roubo, os quatro foram levados até uma estrada municipal e amarrados pelos criminosos no interior do carro. Em seguida, os criminosos jogaram combustível e atearam fogo no veículo, antes de fugir em um Kadett vermelho.
O casal morreu carbonizado. Luciana conseguiu sair do veículo e, em seguida, tirou o menino das chamas. O menino, com 90% do corpo queimado, morreu na manhã do dia 12. Luciana teve queimaduras em 70% do corpo e morreu 11 dias depois do crime.
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