Justiça do Rio converte união estável homoafetiva em casamento

Casal mantém a união homoafetiva há oito anos e entrou com o pedido de conversão para casamento em 2011

Fonte: TJRJ

Comentários: (9)




Em decisão inédita do Judiciário fluminense, os desembargadores da 8ª Câmara Cíveldo Tribunal de Justiça do Rio decidiram, por unanimidade, converter em casamento a união estável homoafetiva de um casal que vive junto há oito anos. Eles haviam entrado com o pedido de conversão em outubro de 2011, porém foi indeferido pelo Juízo de Direito da Vara de Registros Públicos da Capital.


De acordo com orelator do processo, desembargador Luiz Felipe Francisco, o ordenamento jurídico não veda expressamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “Portanto, ao se enxergar uma vedação implícita ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, estar-se-ia afrontando princípios consagrados na Constituição da República, quais sejam, os da igualdade, da dignidade da pessoa humana e do pluralismo”, afirmou o magistrado.


Em sua decisão, o desembargador Luiz Felipe explicou que se a Constituição Federal determina que seja facilitada a conversão da união estável em casamento, e se o Supremo Tribunal Federal determinou que não fosse feita qualquer distinção entre uniões hétero e homoafetivas, “não há que se negar aos requerentes a conversão da união estável em casamento, máxime porque consta dos autos a prova de convivência contínua, estável e duradoura”.


“Ressalte-se, por oportuno, que o Direito não é estático, devendo caminhar com a evolução dos tempos, adaptando-se a uma nova realidade que permita uma maior abrangência de conceitos, de forma a permitir às gerações que nos sucederão conquistas dos mais puros e lídimos ideais”, escreveu o magistrado.

 

Palavras-chave: Homoafetividade; Casamento; União; Conversão; Discriminação; Concessão

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9 Comentários

cesar augusto autônomo e bacharél em direito20/04/2012 8:17 Responder

Alô sociedade, corram que a justiça vem aí!!!!!!!!!1

angela bertuol bacharel em direito20/04/2012 9:27 Responder

Acertada a decisão do Judiciário Fluminense e é por causa de pessoas assim que compreendem a abrangencia dos principios constitucionais é que o Brasil é um pais onde as pessoas tem seus direitos garantidos por um sistema moderno, humano e atualizado às novas regras da sociedade.

Tiago Advogado20/04/2012 20:07 Responder

Algumas pessoas ainda tem o hábito de puxar o art. 225 para querer barrar direitos iguais, sem sequer saber que a Constituição se transforma conforme os anseios da sociedade e é formada muito pela atividade jurisdicional e acadêmica, e não um texto paralisado por vontade política de certas pessoas.

Almir estudante22/04/2012 11:56 Responder

Nada contra os costumes de quem quer que seja, todos tem que ser respeitados nos seus direitos, daí a querer que eu aceite que na minha casa role essa ideia, são outros 500. Assim como acham que devem ser respeitados em gostar de relacionamento sexual entre pessoas do mesmo sexo, eu tenho o direito de gostar de relações sexuais entre pessoas de sexos opostos. Tanto é que estou organizando o dia da passeata macho aqui na minha terrinha. Se os gays tem o direito de fazer as suas passeatas, porque eu que adoro mulheres bonitas e cheirosas, de pele aveludada, esquias e maravilhosas, não posso expressar esse bom gosto? Cada um que faça da sua vida o que quiser, questão de gosto e de mau gosto é outra coisa.

Zuíla Lima Advogada22/04/2012 13:43 Responder

Graças a Deus eu sou uma pessoa livre de preconceitos, e se tenho algum ainda estou por descobrir. Achei a decisão extraordinária, acho mesmo que tem que começar a ser assim, os homossexuais não podem passar o resto da vida escondidos da sociedade com medo de represálias e preconceitos sem causa, são pessoas normais e diga-se de passagem pessoas maravilhosas!! Orgulho-me do Desembargador Luiz Felipe!

Daniela atriz23/04/2012 13:58 Responder

Pessoal, o casamento deve ser com o que se desejar. (Mas é notória a crise masculina nos últimos tempos, sim.) A psicanálise já anuncia faz um tempo esta crise. Macho, a reafirmação da expressão chega a ser um grito de crise com os conceitos internalizados. Deixem que gritem, a vida é que mostrará o verdadeiro destino da sexualidade humana.

Daniela atriz23/04/2012 14:04 Responder

Inspirado em pensadores como Paul Tournier e Martin Buber, Régis de Morais traça um panorama das relações inter-pessoais quando nos comportamos ou como pessoas ou como personagens, quando nos abrimos para o Outro em uma dimensão verdadeira ou quando o Outro permanece na condição de objeto. Filosofia aqui pode ser entendida como uma maneira de viver a união, jogando uma luz de compreensão sobre o que significa o casamento. Veja: http://www.cpflcultura.com.br/2008/12/30/a-filosofia-do-casamento/

Daniela atriz23/04/2012 14:29 Responder

Sai de cena o macho caricato para dar espaço a uma figura tridimensional, mais complexa, interessada na paternidade, no romance e nos cuidados com a casa. O rei do lar é a figura masculina revolucionária que não foge dos desafios caseiros e descobre as vantagens de fazer as prendas domésticas. VEJA: http://www.cpflcultura.com.br/2011/10/14/modas-e-modinhas-da-sensibilidade-masculina-?-xico-sa-2/

Daniela atriz23/04/2012 14:44 Responder

A ideia é discutir as mudanças do comportamento e do papel do homem no interior das famílias contemporâneas, do homem que deixou de ser o chefe-provedor da família e, hoje, tem que dividir novos direitos e deveres com a mulher. VEJA: http://www.cpflcultura.com.br/2011/10/28/o-que-darwin-diria-ao-homem-contemporaneo-jaime-vaz-brasil/

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